INFORMALIDADE NO BRASIL
ATINGE MENOR NÍVEL DESDE 2003
O Índice de Economia Subterrânea (IES), calculado
pelo IBRE, desde 2007, a pedido do Instituto Brasileiro de Ética
Concorrencial (Etco), caiu de 16,7%, em 2012, para 15,9%, em 2013 — o
nível mais baixo desde 2003, ano em que o IES começou a ser coletado.
São dois os principais fatores que puxaram a queda da informalidade do
mercado de trabalho no país: a aceleração da formalização do trabalho,
apontada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), e a desoneração da folha
de pagamento para alguns setores da economia, como calçados, confecções
e tecnologia da informação (TI).
Segundo Fernando de Holanda Barbosa Filho, da área de Economia
Aplicada da FGV/IBRE, a novidade do resultado deste ano em relação ao
ano anterior foi a redução dos impostos sobre a folha de pagamentos.
“Isso estimulou a formalização do emprego ao reduzir os custos do
trabalhador”, ressalta. Barbosa Filho também lembra que fatores como a
diminuição do crescimento demográfico, com a consequente queda de
pessoas no mercado de trabalho, e o aumento da escolaridade, influencia a
redução do desemprego, o que favorece a diminuição da informalidade.
“Entre 2001 e 2011, houve acréscimo de 22 milhões de pessoas com
educação formal”, comenta.
Apesar disso, o percentual que fica à margem do mercado de trabalho
formal ainda prejudica de forma significativa a economia brasileira, já
que a economia subterrânea diz respeito à produção de bens e serviços
não reportada ao governo, ou seja, montantes que ficam fora do PIB
nacional. Em valores absolutos, a estimativa é de que a economia
subterrânea ultrapasse a marca de R$ 760 bilhões em 2013, o que equivale
a mais que uma Grécia ou um pouco menos que uma Colômbia.
Ainda em relação às medidas de desoneração da folha, Roberto Abdenur,
presidente executivo do Etco, alerta: “só não se pode perder de vista o
possível impacto dessa renúncia fiscal na arrecadação e na oferta de
serviços públicos”. Em 2012, a renúncia fiscal foi da ordem de R$ 4
bilhões. Para 2013, estima-se que chegue a R$ 18 bilhões, enquanto para
2014 a perspectiva é de R$ 34 bilhões.
Fonte: Revista Conjuntura Econômica
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