DÓLAR: MESMO COM NOVO IOF,
COMPRAR DINHEIRO É MAIS
BARATO QUE USAR CARTÃO
A partir desta terça-feira (3), o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na
compra de dólar e outras moedas estrangeiras em dinheiro vivo sobe de
0,38% para 1,1%. Mesmo assim, comprar dólar ou euro em papel ainda é
mais vantajoso que usar o cartão de débito pré-pago, cheques de viagem
(traveler cheque) e, principalmente, cartão de crédito. Essas
modalidades têm IOF de 6,38%.
Se o consumidor comprar R$ 1.000 em moeda estrangeira:
- em dinheiro vivo, o IOF será de R$ 11 (já considerando a nova alíquota);
- no cartão de débito ou crédito ou no traveler cheque, o IOF é de R$ 63,80.
"Mesmo com IOF mais caro no papel-moeda, o cartão de
crédito continua como a pior opção", diz Miguel Ribeiro de Oliveira,
diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade).
Cotação do cartão de crédito é incerta
Ele explica que, no cartão de crédito, a pessoa faz a despesa em dólar
num determinado dia, mas só vai descobrir quanto será a cotação do dólar
que terá de pagar no momento em que fechar a fatura. "Pode ser que ele
dê uma sorte e o dólar caia. Mas e se o dólar subir?"
O
professor de Finanças Alexandre Cabral lembra que o banco também pode
cobrar uma taxa extra caso o valor da cotação aumente entre o dia da
fatura e a data do pagamento.
"Os bancos fazem uma prévia de
quanto o dólar deve estar no dia do fechamento, mas, como o dólar muda
muito, pode ser que o consumidor tenha de pagar a diferença."
Dinheiro vivo não tem seguro
A desvantagem do papel-moeda é que ele não tem segurança. "Se for roubado, não tem nenhuma garantia", diz Oliveira.
Já as demais opções, como cartão pré-pago e cartão de crédito, têm a
opção de serem bloqueados em caso de extravio, furto ou roubo.
Os cheques de viagem normalmente têm seguro em caso de roubo.
Quem precisa de dólar deve comprar aos poucos
Para Oliveira e Cabral, quem vai viajar e precisa de dólar deve ir comprando aos poucos para tentar fazer um preço médio.
Um exemplo: suponha que a pessoa irá precisar de US$ 3.000 para uma
viagem que irá acontecer daqui a seis meses. A sugestão é comprar US$
500 todo mês até a viagem.
"Adote um critério para o dia da
compra. Pode ser o dia em que cai o salário. Caiu o salário, vai lá e
compra", diz Cabral. "Porque se a pessoa ficar lendo notícia de jornal
em busca de dólar barato, vai ficar louca."
Quem vai viajar logo deve comprar de uma vez
Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora,
quem vai viajar em menos de um mês deve comprar a moeda de uma só vez.
"Tentar antecipar ou postergar gastos para tentar minimizar perdas ou
ter ganhos é coisa que deve ser descartada, dada a forte instabilidade
da moeda", diz. "Mas, se for viajar no fim do ano, compre aos poucos."
Fonte: UOL Economia
Por Sophia Camargo
Por Sophia Camargo
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