EITA BRASIL SEM SORTE!
O último aumento no preço dos
combustíveis (6% na gasolina e 4% no diesel) é uma medida paliativa, mas
também é questão de sobrevivência para a Petrobras – que já não
consegue mais captar recursos para pagar sua dívida de mais de meio
trilhão de reais.
Apenas, a última disparada do dólar aumentou a divida da estatal em R$ 100 bilhões.
Embora o governo petista propale a autossuficiência na extração de petróleo, o Brasil importa a gasolina e derivados em razão da incapacidade produtiva das refinarias brasileiras.
Em pretexto de segurar a inflação, de modo irresponsável, o governo
Dilma sempre utilizou políticas de preços de combustíveis em que o valor
cobrado nas bombas era inferior aos valores de compra no mercado
externo, operando no prejuízo. Agora, que não tem mais gordura para
queimar, o preço será repassado imediatamente para o consumidor. Isso
quer dizer que, se o dólar continuar a subir nesse ritmo, novos aumentos
de combustíveis ainda irão acontecer até o final de 2015.
Por um
lado, a Petrobras ganha margens, melhora o seu fluxo de caixa, e diminui
o inevitável prejuízo que causa aos seus acionistas minoritários.
Trata-se de uma estratégia sem sustentabilidade, que realimenta a
inflação promovendo um ciclo vicioso. Por si só, esse reajuste dos
combustíveis terá impacto direto de 20% sobre o IPCA.
Além do
aumento nos preços dos combustíveis, o governo tem um rombo de R$ 65
bilhões na conta de energia, que ainda será repassado para o consumidor
pagar, o que vai causar um impacto direto de 1% sobre o IPCA.
Assim o governo Dilma ao “liquidar” a dívida passa a ser sócio da inflação.
Desse jeito, não tem saída viável.
Por Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de
Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa
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