quinta-feira, 1 de outubro de 2015

EITA BRASIL SEM SORTE!


O último aumento no preço dos combustíveis (6% na gasolina e 4% no diesel) é uma medida paliativa, mas também é questão de sobrevivência para a Petrobras – que já não consegue mais captar recursos para pagar sua dívida de mais de meio trilhão de reais.
 
Apenas, a última disparada do dólar aumentou a divida da estatal em R$ 100 bilhões.
 
Embora o governo petista propale a autossuficiência na extração de petróleo, o Brasil importa a gasolina e derivados em razão da incapacidade produtiva das refinarias brasileiras.
 
Em pretexto de segurar a inflação, de modo irresponsável, o governo Dilma sempre utilizou políticas de preços de combustíveis em que o valor cobrado nas bombas era inferior aos valores de compra no mercado externo, operando no prejuízo. Agora, que não tem mais gordura para queimar, o preço será repassado imediatamente para o consumidor. Isso quer dizer que, se o dólar continuar a subir nesse ritmo, novos aumentos de combustíveis ainda irão acontecer até o final de 2015.
 
Por um lado, a Petrobras ganha margens, melhora o seu fluxo de caixa, e diminui o inevitável prejuízo que causa aos seus acionistas minoritários. Trata-se de uma estratégia sem sustentabilidade, que realimenta a inflação promovendo um ciclo vicioso. Por si só, esse reajuste dos combustíveis terá impacto direto de 20% sobre o IPCA.
 
Além do aumento nos preços dos combustíveis, o governo tem um rombo de R$ 65 bilhões na conta de energia, que ainda será repassado para o consumidor pagar, o que vai causar um impacto direto de 1% sobre o IPCA.
 
Assim o governo Dilma ao “liquidar” a dívida passa a ser sócio da inflação.
 
Desse jeito, não tem saída viável.

Por Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de 
Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa


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