"OS RATOS SÃO SEMPRE OS PRIMEIROS A ABANDONAR O NAVIO"
O velho navio, mesmo estatal, navega com certa dificuldade!
O seu comandante vê que ele está, em parte, corroído pelo óxido da mediocridade.
No seu rumo a novos horizontes, sente o peso de sua aparente impotência para superar as intermitentes tempestades.
Como e o que fazer para resistir, parece-lhe algo diametralmente oposto às necessidades determinanates dos medíocres.
Assoma-lhe a raridade de novos passageiros; as altas exigências dos informais aduaneiros; a ausência de quem, no atracadouro, o receba ou dele se despeça.
Alguns ratos, notadamente da casta dos apaniguados, embora até recentemente leais, estão a abandonar o navio antes mesmo de chegar ao destino previamente traçado.
Encobertos pelo manto da bravura dos covardes, sugerem, sorrateiramente, entre si, uma espécie de reengenharia para o velho navio, agora carcomido, mostrando, mesmo que de soslaio, um olhar irônico, desconfiado e matreiro, próprio da práxis dos que, por prudência, se lançam ao 'novo', via de regra, por arrependimento.
A situação mostra que, contrariamente aos ratos, que são sempre os primeiros a abandonar o navio, tentar impedi-los agora, seria algo impróprio para quem tem o dever de ser sempre o último a deixar o navio.
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