ALIMENTOS ELEVAM IPCA-15; NÚCLEOS TAMBÉM SOBEM
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) voltou a apontar inflação em setembro, após dois meses de deflação, devido principalmente ao aumento dos custos de alimentos.
A alta do indicador foi de 0,31%, após queda de 0,05% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Analistas consultados pela Reuters previam alta de 0,24%, de acordo com a mediana de 17 respostas que variaram de 0,18% a 0,25%.
Segundo cálculos de economistas, a média dos três núcleos do IPCA-15 subiu 0,36% em setembro, ante 0,17% no mês passado.
"Os alimentos foram os principais responsáveis pela alta, passando de queda de 0,68% em agosto para (alta de) 0,3% em setembro, com contribuição de 0,07 ponto percentual", destacou o IBGE em nota.
Esse movimento foi liderado pelas carnes, com elevação de 3,4% e com a principal contribuição individual de alta para o IPCA-15 do mês, de 0,07 ponto. Outras elevações foram de óleo de soja, açúcar cristal, frutas, farinha de trigo e pão francês.
O grupo Transportes teve aumento de 0,33% neste mês, após oscilação positiva de 0,02% no anterior, sendo o segundo maior impacto para o índice em razão do aumento da gasolina.
"Refletindo a coleção da nova estação, os artigos de vestuário também subiram, em 0,50 por cento, ao passo que em agosto haviam apresentado queda, de 0,09 por cento", acrescentou o IBGE.
No ano até setembro, o IPCA-15 acumula elevação de 3,53% e nos últimos 12 meses, de 4,57%.
(Reportagem de Vanessa Stelzer)
NOTA DO BLOG:
O QUE É IPCA-15?
O que compõe o IPCA-15:
IPCA/IBGE é calculado mensalmente pelo IBGE.
O IPCA/IBGE verifica as variações dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta salários mínimos nas regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, município de Goiânia e Distrito FederAL.
A ponderação das despesas das pessoas para se verificar a variação dos custos foi definida do seguinte modo: | |
Tipo de Gasto | Peso % do Gasto |
Alimentação | 25,21 |
Transportes e comunicação | 18,77 |
Despesas pessoais | 15,68 |
Vestuário | 12,49 |
Habitação | 10,91 |
Saúde e cuidados pessoais | 8,85 |
Artigos de residência | 8,09 |
Total | 100,00 |
O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia
O IPCA/IBGE mede a variação dos custos dos gastos conforme acima descrito no período aproximado do dia 15 de um mês ao dia 15 do mês subseqüente. O IPCA-15 é utilizado como parâmetro para o IPCA-E.
ANO | JAN | FEV | MAR | ABR | MAI | JUN | JUL | AGO | SET | OUT | NOV | DEZ |
2000 | - | - | - | - | 0,09 | 0,08 | 0,78 | 1,99 | 0,45 | 0,18 | 0,17 | 0,60 |
2001 | 0,63 | 0,50 | 0,36 | 0,50 | 0,49 | 0,38 | 0,94 | 1,18 | 0,38 | 0,37 | 0,99 | 0,55 |
2002 | 0,62 | 0,44 | 0,40 | 0,78 | 0,42 | 0,33 | 0,77 | 1,00 | 0,62 | 0,90 | 2,08 | 3,05 |
2003 | 1,98 | 2,19 | 1,14 | 1,14 | 0,85 | 0,22 | -0,18 | 0,27 | 0,57 | 0,66 | 0,17 | 0,46 |
2004 | 0,68 | 0,90 | 0,40 | 0,21 | 0,54 | 0,56 | 0,93 | 0,79 | 0,49 | 0,32 | 0,63 | 0,84 |
2005 | 0,68 | 0,74 | 0,35 | 0,74 | 0,83 | 0,12 | 0,11 | 0,28 | 0,16 | 0,56 | 0,78 | 0,38 |
2006 | 0,51 | 0,52 | 0,37 | 0,17 | 0,27 | - 0,15 | - 0,02 | 0,19 | 0,05 | 0,29 | 0,37 | 0,35 |
2007 | 0,52 | 0,46 | 0,41 | 0,22 | 0,26 | 0,29 | 0,24 | 0,42 | 0,29 | 0,24 | 0,23 | 0,70 |
2008 | 0,70 | 0,64 | 0,23 | 0,59 | 0,56 | 0,90 | 0,63 | 0,35 | 0,26 | 0,30 | 0,49 | 0,29 |
2009 | 0,40 | 0,63 | 0,11 | 0,36 | 0,59 | 0,38 | 0,22 | 0,23 | 0,19 | 0,18 | 0,44 | 0,38 |
2010 | 0,52 | 0,94 | 0,55 | 0,48 | 0,63 | - | - | - | - | - | - | - |
Cálculo do acumulado no IPCA-15:
O IPCA-15 - tais como IGP-M 1º decêndio, IPA-M 1º decêndio, etc. é uma prévia do IGP-M, IPA-M - é uma prévia do IPCA cheio, por isso quando ele é divulgado, no cálculo do acumulado, devem ser considerados os meses anteriores pelo índice do IPCA cheio mais o IPCA-15 mais recente. Assim, exemplificando: "o cálculo do acumulado de 2006 do IPCA-15, em março até 2006, por exemplo, utiliza-se o IPCA cheio de janeiro e fevereiro mais o IPCA-15 de março, ou seja o cálculo refere-se de 01.01.2006 a 15.03.2006. Assim deve-se proceder com acumulados em outros períodos" Veja os períodos de coletas de informações conforme o IBGE: Para o IPCA-15: A partir do mês de maio de 2000, passou a disponibilizar através da Internet o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15, cujo período de coleta de preços situa-se, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência. Para o IPCA e INPC: O período de coleta do INPC e do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.
FONTE: Base de dados do Portal Brasil®.
O QUE É DEFLAÇÃO
A deflação é a redução do nível geral de preços, de forma persistente (vários meses consecutivos) e aplicada à generalidade dos produtos. A deflação conduz à criação de expectativas de uma inflação negativa a médio prazo.
A deflação pode ser gerada pela baixa procura de determinados produtos ou serviços, ou pela maior oferta, menor demanda (procura) e pelo volume de moeda em circulação. Não se deve confundir deflação com desinflação, que é a redução do ritmo de alta de preços num processo inflacionário. Quando a inflação cai do patamar de 10% ao mês para o de 5%, por exemplo, pode-se dizer que houve desinflação. Deflação é quando os preços médios recuam, ou seja, a taxa torna-se negativa. As empresas reduzem preços como única alternativa de venda e podem ir à falência devido às perdas decorrentes da venda abaixo do custo. Em suma, a deflação é um crescimento negativo dos preços médios.
Os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de consumidores. Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos. Para não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção e a demitir funcionários. Com o desemprego alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços menores que os de períodos anteriores.
O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela falta de investimentos. Essa bola de neve costuma afetar todos os setores da economia, do agricultor aos fabricantes de eletodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.
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