terça-feira, 21 de setembro de 2010

APÓS DOIS MESES DE DEFLAÇÃO, IPCA-15 VOLTA A SUBIR


 ALIMENTOS ELEVAM IPCA-15; NÚCLEOS TAMBÉM SOBEM

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) voltou a apontar inflação em setembro, após dois meses de deflação, devido principalmente ao aumento dos custos de alimentos.

A alta do indicador foi de 0,31%, após queda de 0,05% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Analistas consultados pela Reuters previam alta de 0,24%, de acordo com a mediana de 17 respostas que variaram de 0,18% a 0,25%.

Segundo cálculos de economistas, a média dos três núcleos do IPCA-15 subiu 0,36% em setembro, ante 0,17% no mês passado.
"Os alimentos foram os principais responsáveis pela alta, passando de queda de 0,68% em agosto para (alta de) 0,3% em setembro, com contribuição de 0,07 ponto percentual", destacou o IBGE em nota.

Esse movimento foi liderado pelas carnes, com elevação de 3,4% e com a principal contribuição individual de alta para o IPCA-15 do mês, de 0,07 ponto. Outras elevações foram de óleo de soja, açúcar cristal, frutas, farinha de trigo e pão francês.

O grupo Transportes teve aumento de 0,33% neste mês, após oscilação positiva de 0,02% no anterior, sendo o segundo maior impacto para o índice em razão do aumento da gasolina.

"Refletindo a coleção da nova estação, os artigos de vestuário também subiram, em 0,50 por cento, ao passo que em agosto haviam apresentado queda, de 0,09 por cento", acrescentou o IBGE.
No ano até setembro, o IPCA-15 acumula elevação de 3,53% e nos últimos 12 meses, de 4,57%.
(Reportagem de Vanessa Stelzer)



NOTA DO BLOG:

  O QUE É IPCA-15?

O que compõe o IPCA-15:

IPCA/IBGE é calculado mensalmente pelo IBGE.

O IPCA/IBGE verifica as variações dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta salários mínimos nas regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, município de Goiânia e Distrito FederAL.


A ponderação das despesas das pessoas para se verificar
a variação dos custos foi definida do seguinte modo:
Tipo de Gasto
Peso % do Gasto
Alimentação 25,21
Transportes e comunicação 18,77
Despesas pessoais 15,68
Vestuário 12,49
Habitação 10,91
Saúde e cuidados pessoais 8,85
Artigos de residência 8,09
Total 100,00

O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia

O IPCA/IBGE mede a variação dos custos dos gastos conforme acima descrito no período aproximado do dia 15 de um mês ao dia 15 do mês subseqüente. O IPCA-15 é utilizado como parâmetro para o IPCA-E.



ANO

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ
2000
-
-
-
-
0,09
0,08
0,78
1,99
0,45
0,18
0,17
0,60
2001
0,63
0,50
0,36
0,50
0,49
0,38
0,94
1,18
0,38
0,37
0,99
0,55
2002
0,62
0,44
0,40
0,78
0,42
0,33
0,77
1,00
0,62
0,90
2,08
3,05
2003
1,98
2,19
1,14
1,14
0,85
0,22
-0,18
0,27
0,57
0,66
0,17
0,46
2004
0,68
0,90
0,40
0,21
0,54
0,56
0,93
0,79
0,49
0,32
0,63
0,84
2005
0,68
0,74
0,35
0,74
0,83
0,12
0,11
0,28
0,16
0,56
0,78
0,38
2006
0,51
0,52
0,37
0,17
0,27
- 0,15
- 0,02
0,19
0,05
0,29
0,37
0,35
2007
0,52
0,46
0,41
0,22
0,26
0,29
0,24
0,42
0,29
0,24
0,23
0,70
2008
0,70
0,64
0,23
0,59
0,56
0,90
0,63
0,35
0,26
0,30
0,49
0,29
2009
0,40
0,63
0,11
0,36
0,59
0,38
0,22
0,23
0,19
0,18
0,44
0,38
2010
0,52
0,94
0,55
0,48
0,63
-
-
-
-
-
-
-

Cálculo do acumulado no IPCA-15:

O IPCA-15 - tais como IGP-M 1º decêndio, IPA-M 1º decêndio, etc. é uma prévia do IGP-M, IPA-M - é uma prévia do IPCA cheio, por isso quando ele é divulgado, no cálculo do acumulado, devem ser considerados os meses anteriores pelo índice do IPCA cheio mais o IPCA-15 mais recente. Assim, exemplificando: "o cálculo do acumulado de 2006 do IPCA-15, em março até 2006, por exemplo, utiliza-se o IPCA cheio de janeiro e fevereiro mais o IPCA-15 de março, ou seja o cálculo refere-se de 01.01.2006 a 15.03.2006. Assim deve-se proceder com acumulados em outros períodos" Veja os períodos de coletas de informações conforme o IBGE: Para o IPCA-15: A partir do mês de maio de 2000, passou a disponibilizar através da Internet o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15, cujo período de coleta de preços situa-se, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência. Para o IPCA e INPC: O período de coleta do INPC e do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

FONTE: Base de dados do Portal Brasil®.

 O QUE É DEFLAÇÃO
 
A deflação é a redução do nível geral de preços, de forma persistente (vários meses consecutivos) e aplicada à generalidade dos produtos. A deflação conduz à criação de expectativas de uma inflação negativa a médio prazo.

A deflação pode ser gerada pela baixa procura de determinados produtos ou serviços, ou pela maior oferta, menor demanda (procura) e pelo volume de moeda em circulação. Não se deve confundir deflação com desinflação, que é a redução do ritmo de alta de preços num processo inflacionário. Quando a inflação  cai do patamar de 10% ao mês para o de 5%, por exemplo, pode-se dizer que houve desinflação. Deflação é quando os preços médios recuam, ou seja, a taxa torna-se negativa. As empresas  reduzem preços como única alternativa de venda e podem ir à falência devido às perdas decorrentes da venda abaixo do custo. Em suma, a deflação é um crescimento negativo dos preços médios.

Os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de consumidores. Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos. Para não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção e a demitir funcionários. Com o  desemprego alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços menores que os de períodos anteriores.

O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela falta de investimentos. Essa bola de neve costuma afetar todos os setores da economia, do agricultor aos fabricantes de  eletodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.

Nenhum comentário :