EMISSORAS AM TERÃO QUE PAGAR
ATÉ R4 4,4 MILHÕES PARA
MIGRAR PARA FM
As emissoras de rádio AM que desejam migrar para a frequência FM
deverão pagar entre R$ 8,6 mil e R$ 4,4 milhões pela adaptação da
outorga. Os valores foram apresentados hoje (24) pelo governo, no
Palácio do Planalto, e levaram em conta fatores como abrangência,
potência das emissoras e indicadores econômicos e sociais dos municípios
onde estão instaladas.
O valor mais alto, R$ 4,4 milhões, será
cobrado para migração de rádios de grande potência (acima de 100
kilowatts) na região metropolitana de São Paulo. O custo mais baixo de
migração será de R$ 8,6 mil e valerá para antenas de menor capacidade
(até 0,5 kilowatt) instaladas em municípios com menos de 10 mil
habitantes. A migração não é obrigatória. A lista com todos os valores
será divulgada pelo Ministério das Comunicações esta tarde e publicada
amanhã (25) no Diário Oficial.
“Tivemos preocupação de cuidar dos
detalhes, discutir tecnicamente toda a parametrização, que envolveu
índice potencial de consumo, PIB [Produto Interno Bruto], IDHM [Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal] e agregamos também a esses
critérios a classe de potência de rádios e a população do município onde
a emissora está instalada”, explicou o ministro das Comunicações, André
Figueiredo. “Chegamos a valores justos”, avaliou.
A presidenta
Dilma Rousseff avaliou os valores como “bastante equilibrados” e disse
que é preciso garantir condições de pagamento que possam “viabilizar a
sustentabilidade das emissoras”. Após a apresentação de documentos, as
emissoras interessadas na migração terão prazo que vai de fevereiro a
maio de 2016 para pagar pela mudança.
Além do custo da adaptação
da outorga, as rádios terão que comprar equipamentos para a transmissão
do novo sinal. De acordo com o Ministério das Comunicações, das 1,8 mil
emissoras AM em operação no Brasil, 1.386 manifestaram interesse em
mudar para FM. Em 2016, mil veículos já poderão mudar para a faixa. O
restante terá que aguardar a liberação do espaço na frequência.
De
acordo com o ministro, a meta é garantir a migração dessas rádios até o
primeiro semestre de 2018. O espaço na frequência FM será liberado com a
digitalização da TV, que atualmente ocupa essas faixas.
Em breve
discurso na cerimônia de anúncio das regras de migração, no Palácio do
Planalto, Dilma defendeu o papel do rádio na integração de um país
continental como o Brasil e disse que as emissoras pequenas e médias
devem ser fortalecidas.
“A maioria das nossas rádios é pequena,
transmitem em baixa potência, e precisam ser preservadas e incentivadas,
afinal, são elas que levam informação, proporcionam entretenimento e
oferecem orientação à população pelo interior de todo o nosso país. Na
maioria das vezes, é graças ao radinho de pilha sintonizado em uma rádio
AM que moradores de comunidades distantes dos grandes centros urbanos,
os ribeirinhos da Amazônia, os sertanejos no interior do Nordeste,
moradores do Pampa gaúcho e os pantaneiros do Centro-Oeste se conectam
com o país”, lembrou.
Segundo Dilma, a migração de emissoras do
AM para FM é parte da atualização das plataformas tecnológicas da
infraestrutura de radiodifusão do Brasil, processo que deve estar
acompanhado pelo bom atendimento à população e pela ampliação da
concorrência no setor de radiodifusão. “As novas plataformas
tecnológicas devem resultar em ampliação do acesso, da democratização da
informação e da diversificação das mídias”.
Fonte: Agência Brasil
Por Luana Lourenço
Edição: Maria Claudia
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