segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

INDÚSTRIA SÓ CRESCERÁ

 SE INVESTIR EM INOVAÇÃO


Desde 2010 o desempenho da indústria tem sido morno. Após a crise houve uma leve recuperação, puxada pelos estímulos do governo ao consumo, mas o cenário continua não sendo muito animador. As Sondagens da FGV/IBRE e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram níveis muito baixos de confiança do empresário industrial. Na visão de Renato Fonseca, economista e gerente de pesquisa da CNI, o setor não cresce a patamares mais robustos porque falta competitividade. E, completa, para alavancá-la é preciso focar no aumento da produtividade. Segundo ele, o grande desafio para o setor, além de enfrentar dificuldades como a competição com importados e a volatilidade do câmbio, é conseguir elevar os investimentos em inovação e na qualificação dos trabalhadores.

“Óbvio que a apreciação da taxa de câmbio entre 2004 e 2009 tem um papel nesse fraco crescimento da indústria. Hoje, o câmbio esta desvalorizado, fato que nos favorece, mas a solução para nos tornarmos mais competitivos não é câmbio, e sim, investimentos em capital humano e fixo, incluindo a inovação”, salienta.

Levantamento Competitividade Brasil 2013, divulgado pela CNI em dezembro do ano passado, prova que estamos mal posicionados no tópico competitividade na comparação com países que são seus principais concorrentes no mercado global.  Segundo o estudo, as empresas brasileiras só ganham das argentinas na competição por mercado em um conjunto de 15 países com características econômico-sociais ou posicionamento no mercado internacional semelhantes. A nação mais competitiva do grupo é o Canadá. Além deles, estão no ranking países como África do Sul, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Índia, México, entre outros. 

David Kupfer, professor e membro do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que a competição com o setor de serviços por trabalhadores, em sua maioria de baixa qualificação, também tem contribuído para uma menor produtividade da indústria. “A gente percebe que há um exército de reservas de trabalho que está precariamente ocupado. A ênfase na formação do trabalhador, tanto profissionalmente como também na base da educação, é o caminho”, diz Kupfer. Além disso, ele reclama da alta rotatividade de profissionais, principalmente aqueles de nível de qualificação intermediário, que têm sido observado atualmente. “Nada é mais anti produtivo do que a alta rotatividade da mão de obra. Antes o empresário evitava contratar com medo do desempenho da indústria. Agora, o trabalhador larga facilmente seu emprego porque recebeu outra proposta de trabalho. Isso não gera nenhum incentivo para que a empresa invista no treinamento desse profissional, já que dali a pouco ele não estará mais lá”, conclui.

Fonte: FGV - portalibre

 

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