INDÚSTRIA SÓ CRESCERÁ
SE INVESTIR EM INOVAÇÃO
Desde 2010 o desempenho da indústria tem sido morno. Após a crise
houve uma leve recuperação, puxada pelos estímulos do governo ao
consumo, mas o cenário continua não sendo muito animador. As Sondagens
da FGV/IBRE e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram níveis
muito baixos de confiança do empresário industrial. Na visão de Renato
Fonseca, economista e gerente de pesquisa da CNI, o setor não cresce a
patamares mais robustos porque falta competitividade. E, completa, para
alavancá-la é preciso focar no aumento da produtividade. Segundo ele, o
grande desafio para o setor, além de enfrentar dificuldades como a
competição com importados e a volatilidade do câmbio, é conseguir elevar
os investimentos em inovação e na qualificação dos trabalhadores.
“Óbvio que a apreciação da taxa de câmbio entre 2004 e 2009 tem um
papel nesse fraco crescimento da indústria. Hoje, o câmbio esta
desvalorizado, fato que nos favorece, mas a solução para nos tornarmos
mais competitivos não é câmbio, e sim, investimentos em capital humano e
fixo, incluindo a inovação”, salienta.
Levantamento Competitividade Brasil 2013,
divulgado pela CNI em dezembro do ano passado, prova que estamos mal
posicionados no tópico competitividade na comparação com países que são
seus principais concorrentes no mercado global. Segundo o estudo, as
empresas brasileiras só ganham das argentinas na competição por mercado
em um conjunto de 15 países com características econômico-sociais ou
posicionamento no mercado internacional semelhantes. A nação mais
competitiva do grupo é o Canadá. Além deles, estão no ranking países
como África do Sul, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Índia,
México, entre outros.
David Kupfer, professor e membro do Grupo de Indústria e
Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), destaca que a competição com o setor de serviços por
trabalhadores, em sua maioria de baixa qualificação, também tem
contribuído para uma menor produtividade da indústria. “A gente percebe
que há um exército de reservas de trabalho que está precariamente
ocupado. A ênfase na formação do trabalhador, tanto profissionalmente
como também na base da educação, é o caminho”, diz Kupfer. Além disso,
ele reclama da alta rotatividade de profissionais, principalmente
aqueles de nível de qualificação intermediário, que têm sido observado
atualmente. “Nada é mais anti produtivo do que a alta rotatividade da
mão de obra. Antes o empresário evitava contratar com medo do desempenho
da indústria. Agora, o trabalhador larga facilmente seu emprego porque
recebeu outra proposta de trabalho. Isso não gera nenhum incentivo para
que a empresa invista no treinamento desse profissional, já que dali a
pouco ele não estará mais lá”, conclui.
Fonte: FGV - portalibre
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