quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ALTERNATIVA PARA ALIMENTAÇÃO 

DE CAMARÃO DE ÁGUA SALGADA


Produtores de camarão de água salgada poderão ter uma redução no preço da alimentação do crustáceo. Pesquisa nesse sentido vem sendo desenvolvida na Universidade Federal Rural do Semi-Árido. 

O estudo consiste na substituição da farinha de peixe pela silagem de peixe, um produto obtido a partir de resíduos de pescado que são comumente descartados. Além dos benefícios para o meio ambiente, a grande vantagem para os carcinicultores é o custo: a silagem fica 10 vezes mais barata que a farinha de peixe.

A pesquisa, desenvolvida pelos professores do curso de Engenharia de Pesca da Ufersa, Filipe Ribeiro e Alex Augusto Gonçalves, é parte integrante do programa Nacional de Carcinicultura - RECARCINA, financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, através da FINEP, com o objetivo de desenvolver tecnologias alternativas de produção do camarão marinho em cativeiro. O projeto de pesquisa começou há dois anos e está sendo concluindo agora em março, com a tabulação dos dados e produção de artigos científicos.


O professor Felipe Ribeiro explica que a farinha de peixe deixa os criadores de camarão dependentes da pesca, sendo a silagem uma boa alternativa uma vez que é produzida com um mínimo de infraestrutura e equipamentos (diferente da farinha que exige grande investimento), a partir de resíduos do pescado normalmente descartados. A pesquisa desenvolvida na Ufersa é para avaliar essa substituição. Serão analisados o crescimento, a sobrevivência e a qualidade da carne dos crustáceos.

Os pesquisadores utilizam como metodologia a avaliação em dois sistemas de produção: o sistema tradicional, que consiste na recirculação de água transparente e o sistema biofloco que tem como característica o desenvolvimento de bactérias que além de limpar a água servem como fonte de alimento para o próprio camarão. Nesse sistema, explica o professor Felipe Ribeiro, a densidade de animais por volume d’água é alta, chegando a 300 camarões por m³. No sistema tradicional o número é em torno de 20 animais por m³.

O professor ressalta que a substituição da farinha de peixe na alimentação dos crustáceos contribui para a sustentabilidade ambiental porque esse produto é obtido normalmente da pesca de espécies marinhas, além disso é um produto que tem ficado cada vez mais caro em função da redução de sua disponibilidade e por isso troca-la por um produto alternativo também contribui para a redução do preço da ração. “O sistema biofloco tem a sua importância não apenas pelo lado econômico, mas também pela questão da biossegurança quando comparamos com o sistema tradicional”, ressalta Felipe Ribeiro.

Além dos dois professores, a pesquisa conta com a participação de cinco estudantes de graduação da Ufersa dos cursos de Engenharia de Pesca e Zootecnia. Jeska Thayse da Silva Fernandes, do 9º período de Zootecnia, ressalta a importância de participar da pesquisa de iniciação científica. “Além de agregar valor ao meu conhecimento, ganho também experiência prática com o manejo na área da Carcinocultura”, afirmou. A universitária disse ainda que pretende se especializar área da aquicultura, com foco para a piscicultura marinha.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFERSA 

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