ORIGEM DE PALAVRAS E EXPRESSÃO
BADERNA, PONDEMÔNIO E QUIPROQUÓ NA
CASA DE ORASTES
FAZER BADERNA
Para escapar da perseguição política, em 1849, Marietta e seu pai refugiaram-se no Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. O Brasil vivia o regime imperial. A bailarina começou a apresentar-se no Teatro Imperial e logo conquistou uma legião de fanáticos fãs, especialmente entre o público mais jovem. Talentosa, de espírito rebelde e contestador, a artista ganhou muitos admiradores. Logo, porém, começou a sofrer a perseguição dos conservadores e moralistas. Para eles, a bailarina italiana representava um perigo ao futuro das novas gerações, um mau exemplo. Ela vivia com um artista sem estar formalmente casada. Além disso, incorporara em seu repertório clássico músicas e coreografias de origem popular brasileira e africana. Começou a ser rejeitada pelos empresários e suas apresentações ficavam reduzidas em tempo e em segundo plano. Os seus fãs, já conhecidos como baderneiros, protestavam batendo os pés no chão e interrompendo os espetáculos. Ao término das apresentações, saíam pelas ruas da cidade batendo os pés e gritando o nome da artista.
Como sempre, prevaleceu a vontade dos conservadores e os bons costumes foram salvaguardados. Marginalizada e, para muitos , tida como prostituta, não coube a Marietta Baderna outro destino: com o pai voltou para a Itália e sua carreira entrou em decadência. Dela ficou como legado a ousadia de afrontar as ditas regras sociais e bons costumes e a palavra baderna, registrada como sinônimo de bagunça, confusão, desordem pública. Com certeza, a nossa sociedade carece do surgimento de outras Marietta Baderna, com o fim de sacudir as consciências empoeiradas pelo tempo e pela falsa moral, trazendo novos ares e novas visões e espantando as hipocrisias.
BALBÚDIA
CASA DE ORATES
Lugar de desordem, onde ninguém se entende. Hospício, manicômio. Orate é indivíduo louco, sem juízo, tresloucado, doido, idiota. Termo vindo do espanhol, pelo catalão, “orate”, louco.
DEU O MAIOR PANDEMÔNIO
Termo criado pelo poeta inglês John Milton (1608 – 1674), na sua obra O Paraíso Perdido, como sendo o Palácio de Satanás. O neologismo resulta da união dos elementos gregos “pan”, tudo, todos e “daimon”, demônio. Associação de pessoas para promover a desordem ou praticar o mal; confusão, tumulto, balbúrdia.
QUIPROQUÓ
Para entender melhor, quiproquó era o nome dado a um livro (receituário) que existia nas farmácias antigas com a indicação de sustâncias similares, com o mesmo efeito. Era muito importante, pois continha o nome das substâncias que deveriam ser usadas - com o mesmo efeito - quando a farmácia não dispusesse daquela receitada pelo médico. Por extensão, a palavra passou a ter o significado de engano, erro, equívoco em trocar-se uma coisa por outra e a consequente confusão gerada por essa troca. No caso das substâncias, o engano, por parte do farmacêutico, poderia até provocar a morte do paciente.
SABOTAGEM
Sabotar é danificar propositadamente instalações ferroviárias, rodoviárias, industriais, militares e outras, com o objetivo de impedir, retardar ou dificultar o seu serviço; prejudicar ou dificultar uma atividade por meio de resistência passiva.
O termo provém do francês “sabot”, tamanco. No período da Revolução Industrial, os operários franceses usavam habitualmente tamancos, para proteção dos pés. Na hora de protestar contra os patrões, eles os atiravam nas engrenagens das máquinas, fazendo com que as mesmas quebrassem ou ficassem danificadas.
SURURU
DITADO POPULA
CADA DOIDO COM A SUA MANIA
Emprega-se para explicar ou justificar atitude estranha ou esquisita de alguém. Expressa algo fora da normalidade, fora dos padrões,incompreensível ou descabido para determinada circunstância. Também se diz: Cada maluco com a sua mania.
* Ari Riboldi é professor e escritor - aririboldi@terra.com.br
Fonte: http://lproweb.procempa.com.br
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