sexta-feira, 15 de abril de 2011

UERN

 
"UERN PRECISA DE MAIS VISIBILIDADE, PROJETAR-SE E TORNA-SE IMPRECIDÍVEL EM TODAS AS ÁREAS"


No dia 08 de abril, a secretária estadual de Educação, professora Betânia Ramalho esteve na UERN, onde participou da abertura do Ciclo de Estudos e Debates do Mestrado em Educação. Na ocasião, a secretária conversou com os professores Flaubert Torquato e Neto Vale, presidente e vice-presidente da ADUERN, respectivamente. 

O presidente do sindicato expressou o orgulho de ter uma colega de profissão como titular da pasta e ainda a necessidade de se implementar uma “revolução” na educação do estado, pois os indicadores não são nada animadores. A secretária falou sobre o apoio que a UERN pode dar nesse sentido e da importância de que todas as secretarias estejam a serviço da educação, já que a área é a mola propulsora do desenvolvimento e nada se consegue sem investimento nela. 

Betânia Ramalho aproveitou para falar sobre a situação caótica encontrada na educação. O professor Flaubert disse que a UERN deveria ser mais acionada já que tem muito peso na região e que é hora do governo ser parceiro da instituição. A secretária também afirmou que deseja a UERN como protagonista da educação no estado, mas que para isso, a universidade precisa de mais visibilidade, projetar-se e montar uma estratégia para se tornar imprescindível em todas as áreas. O professor Flaubert lembrou a postura crítica que a ADUERN tem com relação à expansão da UERN. Para a entidade é necessário expandir, mas de forma planejada e com qualidade, o que teve concordância imediata da secretária. 

Confira a entrevista concedida à Assessoria de Comunicação da ADUERN:

Assessoria de Comunicação - Como a senhora entende a importância da UERN para o desenvolvimento educacional do estado?
Secretária de Educação - Não há dúvidas de que uma universidade quando se instala, ela transforma a realidade, transforma em torno, abre chances, horizontes e, por essa perspectiva, a UERN tem um histórico. Precisamos fazer um estudo para mostrar o impacto da formação das grandes cabeças da região, sendo egressos da UERN. Então, incontestavelmente, a UERN é uma universidade que tem dado uma contribuição. E ela está em pleno processo de expansão, ou seja, acompanhando a política nacional e internacional de expansão e acesso ao ensino superior.

AC - Sobre expansão da UERN. Como ela se viabilizaria em meio a cortes no orçamento da instituição e ainda contingenciamento dos recursos?
 
SE - O quadro atual reflete uma falta de planejamento da própria UERN em sua história. A universidade tem problemas com os Campi Avançados, tem problemas com a expansão porque ela não pode ser feita somente por se fazer, tem que ser uma expansão inteligente, por etapas, com recursos garantidos, com diálogo com o governo federal. Aliás, ele tem que ser cada vez mais parceiro, mais reivindicado a colaborar com a instituição. E, por tanto, é o momento de fazer uma redefinição das prioridades, dos projetos a associar. Nós temos uma expansão ou interiorização do ensino superior com a UFRN, com o IFRN, com a UERN, essas três grandes instituições precisam sentar-se para racionalizar os esforços, maximizar o atendimento e qualificar. Sabemos que, muito provavelmente, se não houver essa racionalização, oa recursos podem ser mais pulverizados de uma forma pouco inteligente e que não favoreça a ninguém. Porque na hora em que você pulveriza ações em vez de congregar, não tem recursos que cubram essa forma. Então, eu acho que é o momento dessas instituições fazerem uma revisão, uma reanálise de como se deu sua expansão, e qual é a condição que ela tem para manter sua expansão dessa maneira. 

AC - Então na atual administração as expansões serão bem analisadas?
 
SE - Eu acredito que esse é um ponto que todo governo deve ter a responsabilidade de se fazer uma auto-análise, uma reavaliação, porque a questão de recursos é muito séria, são recursos da população que precisam ser bem alocados para colher resultados muito concretos. Então não dá para, em nome da expansão, atirar em qualquer direção. Por exemplo, deve-se pensar quais são os cursos que mais representam as aspirações, os interesses, a identidade de uma região. Não é formar por formar, não é criar curso por criar. Não estou dizendo que foi feito isso, mas é o momento de fazer uma análise para racionalizar os esforços e ver como se juntam as instituições até para racionalizar e ter um impacto mais qualitativo. Esso é o panorama que eu vejo, mas não me aprofundei na questão. Essa expansão precisa ser muito bem acompanhada, a histórias desses núcleos avançados é uma pauta que precisa ser enfrentada pela UERN para verificar o impacto disso na própria formação e no próprio município.

AC - O orçamento 2011 da UERN foi contingenciado em 30%. Em virtude disso, algumas dificuldades começaram a aparecer. Como os valores podem ser descontigenciados e ainda suplementados?
 
SE - O contingenciamento atingiu todas as secretarias, todo o estado, em decorrência das dificuldades financeiras encontradas pela atual administração. Então isso é não prerrogativa da UERN. Eu acredito quer nós devemos ter, dentro desse contingenciamento, um plano B. Nós temos que fazer algum tipo de planejamento para o ano, uma projeção para o futuro em relação às necessidades, o que será priorizado na UERN. O que impacta essa expansão que já falamos, em folha de pagamento, em condições de acolhimento dos alunos. E expansão não só da parte de infra-estrutura, mas expansão em investimento, em todos os artefatos que possibilitam que o aluno entre na UERN e se inclua na cultura acadêmica da universidade. Então isso só se faz com investimento. Por tanto é necessário que os gestores da UERN tenham clareza das prioridades. O momento do estado é muito complicado, não se pode investir nada porque há uma lei de responsabilidade fiscal. Então estamos com problemas com composição de quadro, de cumprir questões legais, salariais. Então é um momento difícil que nós gestores temos que ter um plano para sobreviver a essa crise com responsabilidade e apontar para um futuro mais promissor.

AC – Por falar em questões salariais, a ADUERN lançou no último dia 31 sua campanha salarial 2011. Um dos pontos de pauta inclui o cumprimento do Plano de Cargos e Salários, através de uma reposição salarial de 23,98%. Como estão as negociações do Governo nesse sentido?
 
SE - Eu ainda não tive nenhuma conversa com a governadora sobre isso, não fui chamada pra discutir a questão, mas o que eu acenaria como alternativa é que fosse feito um estudo do impacto financeiro dessa reivindicação para se chegar à mesa de negociação. Ao mesmo tempo o lado do governo vai chegar também com a sua tabela, com a sua situação financeira. Tem que haver uma conciliação, porque não adianta o embate salarial sem ter um planejamento e uma possibilidade de discussão, de se pensar estratégias de garantir o direito do professor. Então o melhor caminho é a negociação mesmo, com números concretos para análise muito concreta da realidade que o estado atravessa, uma situação de crise financeira muito elevada. Por tanto, pensar em planos, como é que isso pode ser objeto de uma negociação inteligente, responsável e com o pé no chão.

AC - Como seria possível garantir uma parceria pública da UERN com o Governo do Estado, visando o desenvolvimento de projetos?
 
SE - Estamos vivendo um novo momento em que a distância entre UERN e governo; UERN e UFRN; UERN e UFERSA; UERN e IFRN, nós estamos em um alinhamento, inclusive para se lograr mais peso político, mais definição de ações mais conjuntas para se conquistar mais espaços, mais financiamentos de uma forma mais coletiva. Eu acho que esse distanciamento não ajudou a UERN, mas eu acho que a instituição já deu passos importantes nesse realinhamento no protagonismo da UERN, até porque ela avançou, qualificou-se, o potencial dela, em termo de inteligência, em termos de pesquisa, de publicação, de produção, de pós-graduação a coloca em outro patamar. Isso termina contribuindo para que ela ganhe espaço na comunidade acadêmica e científica do Rio Grande do Norte e do Brasil e fora do Brasil. Então é um momento importante que está sendo vivido, exatamente repercutindo nessa expansão qualitativa da própria instituição.

Fonte: ADUERN
 

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