FIQUE RICO COM DIVIDENDOS
Já ouviu falar em John Rockefeller? Um dos magnatas do petróleo
americano, ele ficou conhecido mundialmente como a primeira pessoa a
atingir a cifra do bilhão de dólares.
Rockafella (para os íntimos) passou seus últimos 40 anos de vida numa boa, como aposentado e filantropo.
Sua máxima financeira ficou cravada na história pela seguinte
frase: "Do you know the only thing in life that gives me pleasure? It’s
to see my dividends coming in”.
Ao que tudo indica, essa bela impressão sobre os dividendos é compartilhada por outros ricaços de primeira ordem.
A renda pessoal de Warren Buffett é quase que inteiramente
composta por proventos. (em 2009, a proporção chegou a impressionantes
99,76%). E das 33 2015 principais posições detidas pela Berkshire, 27
exibem um perfil bem característico de dividend payers.
Rockefeller e Buffett aprenderam faz tempo as várias benesses
de uma generosa carteira de dividendos. Para abordar todas essas
virtudes, precisaríamos de uma bíblia. Mas da maior vantagem, podemos - e
devemos - falar agora mesmo. Pois é hora perfeita.
Você acompanha um pouco do noticiário, deve ter percebido que a
Bolsa não está lá essas coisas, e o prognóstico também não é dos
melhores para os próximos meses.Trabalhamos com um panorama reticente,
ditado sobretudo por equívocos amadores do Governo Dilma na condução da
política fiscal e no trato com o setor privado.
A vida financista nos ensinou a não ficar desesperado nesse tipo
de situação, mas sim a aproveitar as grandes oportunidades de
investimento que sempre aparecem mediante cenários de estresse.
Graças à resiliência em tempos difíceis, dividendos acabam
respondendo pela maior parte dos ganhos derivados de ações. Mesmo num
mercado estável ou decadente, a renda dos bons proventos continua
pingando na sua conta, provendo-lhe de liquidez para arcar com os gastos
do dia-a-dia e ainda aproveitar as barganhas geradas pelo clima
depressivo.
Num uso ainda mais essencial, dividendos conferem graus de
liberdade para que o investidor não tenha que vender ativos a fórceps
bem no momento em que seu portfólio se encontra profundamente
desvalorizado. Com proventos, você fica bem menos sensível à marcação de
preços em tempo real, pois responde ao fluxo de mercado também com um
fluxo de renda - e não com seu estoque de patrimônio (note que os
grandes prejuízos em Bolsa decorrem do descasamento entre fluxo e
estoque).
Num contexto ideal - embora plenamente alcançável -, o
entusiasta das vacas leiteiras deve construir seu pinga-pinga de
dividendos de modo que ele supere o custo de vida. Ao ultrapassar esse
ponto de equilíbrio, o investidor não tem mais que vender as ações que
geram renda, mesmo se o Ibovespa der uma estressada. Daí em diante, fica
muito mais fácil acumular riqueza.
Em suma: você fica rico primeiro não tendo que vender o que lhe
torna rico, e depois empilhando os excedentes. Proventos são
determinantes tanto para fixar o alicerce 2015 quanto na hora de
empilhar, enquanto outras classes de ativos financeiros servem apenas a
uma das duas fases - ou mesmo a nenhuma delas.
Pau pra toda obra
Vamos falar sério: para que servem as empresas, principalmente as listadas na Bolsa?
Uai, se elas servirem a um só objetivo, é para gerar caixa aos seus donos. Do ponto
de vista do acionista (que é dono), o que interessa mesmo é o lucro distribuído pelo
negócio.
É claro, você tem todo o direito de se apaixonar por empresas nascentes de
tecnologia, histórias de fusões e aquisições oportunistas de bancos médios,
incorporadoras imobiliárias quase quebradas ou promessas ousadas de empresas
novatas em busca de petróleo. Há grandes riscos e grandes retornos potenciais em
todas essas histórias de Bolsa.
Mas se você quiser jogar de forma simples e efetiva, com os dois pés no chão e as
probabilidades a seu favor, não tem nada melhor que uma boa seleção de pagadoras
de dividendos. Toda hora é hora de investir em vacas leiteiras, elas não te deixam
refém de um pretenso “timing perfeito”.
Conforme vimos, elas seguram o tranco nas horas difíceis do relacionamento
bursátil, mas também mandam ver contra as tentações cômodas da renda fixa
brasileira.
E sabe por quê? Pois os dividendos crescem, e crescem, e crescem. Enquanto a renda
fixa tem seus (cada vez mais raros) momentinhos de glória, mas perde fácil nas
disputas ao longo dos anos. Mesmo com essa Selic na casa dos 14%, perde fácil.
Um exemplo típico desse embate desigual:
Suponha que você invista numa ação que custa R$ 10. A empresa te paga anualmente
um dividendo de 60 centavos por ação - ou seja, 6% de rentabilidade direto na veia.
Até aí, você não está nem perdendo nem ganhando da poupança.
Por exercício didático, podemos ignorar as perdas ou ganhos de capital neste
argumento. Se considerarmos a hipótese de simetria para os cenários de baixa ou
alta do preço da ação (grosso modo, chances de cair iguais às chances de subir),
ficamos neutros em relação a investir nessa empresa ou investir na boa & velha
poupança.
Ok, mas aqui entra o grande diferencial em prol das vacas leiteiras, as empresas boas
pagadoras de dividendos: enquanto a poupança é um ativo de payoffs estáticos
(sempre pagando a mesma coisa), as vacas leiteiras proporcionam payoffs dinâmicos,
com dividendos que aumentam ao longo do tempo.
Suponha que, depois de dois anos, essa mesma companhia passe a distribuir 90
centavos por ação - seja por fruto de maiores resultados, seja por elevação do payout
(porcentagem dos lucros entregue diretamente aos acionistas).Trata-se de uma
suposição perfeitamente crível, a julgar pelo histórico das pagadoras de proventos
que acompanhamos.
Nesse contexto prospectivo, embora continuemos ganhando apenas 6% no primeiro
ano, já poderemos embolsar 9% no terceiro ano (ou seja, quase 50% a mais do que a
poupança), e provavelmente mais de 10% a partir do quarto ou quinto ano
carregando a ação.
A renda fixa dos outros segue paradona, enquanto sua aposta nas vacas leiteiras vai
se tornando mais e mais atrativa conforme passa o tempo.
No limite, os grandes ganhadores de dinheiro em Bolsa - como um Luiz Barsi ou
Lirio Parisotto - com décadas de experiência investindo em ações, deparam-se hoje
com um pinga-pinga que rende mais de 1000% ao ano sobre os respectivos preços de
compra.
Sim, estamos falando de 1.000% ao ano. E você também pode chegar lá.
Basta escolher as vacas leiteiras certas e ter a obstinação de carregá-las em carteira
por períodos longos - de 5, 10 ou 20 anos.
Fonte: Empiricus Research
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