BC PODE TER ESPAÇO PARA CORTAR
TAXA DE JUROS ATÉ O FIM DO ANO
(Bloomberg) - As autoridades brasileiras não descartam um corte na taxa básica de juros (Selic) ainda este ano, caso a recessão
reduza a pressão sobre os preços ao consumidor, disse uma fonte da
equipe econômica da presidente Dilma Rousseff à agência de notícias
Bloomberg. Seria o primeiro corte de taxas de juros desde 2012.
Em 2015, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para combater a
inflação. Apesar da previsão de investidores de mais altas de juros, o
Banco Central manteve a taxa Selic inalterada, em 14,25%, nas últimas quatro reuniões.
Por ora, o BC sinaliza a manutenção dos juros e ainda é cedo para
prever quando e em qual direção a Selic será alterada, disse a fonte,
que não pode ser identificada porque as discussões são internas.
Fatores domésticos e internacionais devem provocar uma desaceleração da
inflação nos próximos meses e podem diminuir a pressão por alta de
juros, disse a fonte. Entre esses fatores estão o arrefecimento da alta
de preços administrados pelo governo brasileiro e uma desaceleração econômica na China.
"O mercado está começando a perceber que a situação externa não
permitirá ao Banco Central aumentar os juros", disse André Perfeito,
economista-chefe da corretora Gradual, com sede em São Paulo. "Eu espero
um corte da Selic em outubro".
Taxas
Os contratos
futuros de juros DI com vencimento em janeiro de 2017 caíram19
pontos-base do pico registrado nesta segunda-feira (1º), para 14,44%,
após a divulgação dos comentários. Investidores reduziram as apostas de
que o BC vai subir os juros neste ano.
Operadores de mercado e economistas foram surpreendidos no mês passado, quando o BC manteve a Selic sem alteração. Desde então, os analistas mudaram suas previsões de uma alta para nenhuma mudança nos juros neste ano, de acordo com pesquisa semanal do BC.
As expectativas para os preços ao consumidor também mudaram desde a
decisão inesperada do banco central. Os analistas estimam que a inflação
se manterá acima do teto da meta, de 6,5%, em 2016. A inflação atingiu dois dígitos em 2015 pela primeira vez em mais de uma década, chegando a 10,67%.
O governo aposta na desaceleração da inflação ao longo do ano e estima
que ela possa ficar abaixo do teto da meta, de 6,5%, disse a fonte. O
atual ritmo de aumentos dos custos não pode ser considerado um fracasso
por causa da depreciação do real e da disparada nos preços administrados
no ano passado, disse a fonte.
Fonte: UOL Economia
Por Mário Sérgio Lima e André Soliani
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