terça-feira, 9 de junho de 2015

CONSENSO: O PREFEITO 

ESTÁ MAL ASSESSORADO


Vejo na cidade muita gente criticando a gestão municipal e pouca gente defendendo. 

Mas um detalhe é unanimidade inteligente entre grupos críticos e apoiadores meio cansados, como se cada um deles se sentisse “o último dos moicanos”. 

O consenso é de que o prefeito Silveira Júnior está muito mal assessorado. Um dado é fatal. Três decisões em pouco mais de um mês, das quais teve que retroceder: Ambulantes, alternativos e taxis-lotação. Ninguém vai à frente com tanta marcha-à-ré. É o óbvio ululante. 

Parece aquela velha propaganda de relojoaria que dizia: “Relógio atrasado, não adianta”. Mandar tirar os ambulantes das calçadas e depois voltá-los, representa um desgaste terrível que, se parecia pouco, só poderia se agravar com o mandado de volta. Barco perdido, bem carregado. 

Não devia ter tirado, mas já que tirou com a justificativa de ser cumprimento de uma ordem judicial, esse bicho-papão que “não se discute, se cumpre”. Então, como é que de repente, pode ficar mais um tempinho. Não bastava aplicar Maquiavel, ainda aplicar de maneira errada. É dose... Cá com o “meus botões, acho que tirá-los agrada a uma posição elitista, higienista e esteticista que pode até servir para enfeitar a cidade, mas não poderia ser tomada esta decisão sem arrumar bem direitinho o direito de todas estas pessoas que ali estavam há anos e alguns há décadas, como é o caso de Zé Maria da banca de revista de frente da antiga Rádio Rural. 

Impossível para duas ou três gerações, imaginar o cenário do “Oitão” sem Zé Maria e sua banca... Tirá-los pode ter agradado a alguém, mas com a certeza que ninguém votará em Silveira porque os tirou. 

Na outra ponta, independentemente de ter sido uma decisão judicial de um lobo em pele de cordeiro, a conta foi debitada ao prefeito. E haja voto descendo pelo ralo... Depois, a periferização das paradas de transportes alternativos vindos do interior. 1.150 carros que trazem 10 mil clientes para o comércio, foram jogados para longe do centro comercial desagradando a gregos e goianos. De novo teve que voltar atrás; Por fim, o fim do táxi-lotação, um corpo estranho no sistema de transporte público, mas que ali estava há quase duas décadas e que para deixar de existir precisaria de uma habilidosa negociação, lhes dando uma rede de proteção para não caírem de cabeça no chão duro diante de um voo da morte forçado.

 Nos três casos, o apoio aos segmentos prejudicados pode não dar nenhum voto, mas a radicalização da posição de mexer com essa gente, em todos os casos, tira votos aos borbotões. E dizem que dentro da gestão quem quer aprumar o xote está ficando mal visto. 

Fala-se que há um grande poder da turma que grita: “Arrocha, prefeito”. Não lembram estes Torquemadas que, para se manterem nos seus tocos de jabutis, necessário se faz que o prefeito tenha voto... Ao fim e ao cabo, o que se nota, é que o prefeito, tecnicamente tem bons assessores, mas politicamente sua assessoria é um desastre.  

A cidade comenta num misto de revolta e de pena de ver perdida uma chance de ouro de mudança, que há excesso de bajulação em vez de análises apuradas e orientações racionais. As que chegam aos ouvidos alcaidianos, não são feitas com cérebro... Nem com coração.

Fonte: Coluna Prosa & Versos - Jornal de Fato
Por  Crispiniano Neto 

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