CONSENSO: O PREFEITO
ESTÁ MAL ASSESSORADO
Vejo na cidade muita gente criticando a gestão municipal e pouca gente
defendendo.
Mas um detalhe é unanimidade inteligente entre grupos
críticos e apoiadores meio cansados, como se cada um deles se sentisse
“o último dos moicanos”.
O consenso é de que o prefeito Silveira Júnior
está muito mal assessorado. Um dado é fatal. Três decisões em pouco mais
de um mês, das quais teve que retroceder: Ambulantes, alternativos e
taxis-lotação. Ninguém vai à frente com tanta marcha-à-ré. É o óbvio
ululante.
Parece aquela velha propaganda de relojoaria que dizia:
“Relógio atrasado, não adianta”. Mandar tirar os ambulantes das calçadas
e depois voltá-los, representa um desgaste terrível que, se parecia
pouco, só poderia se agravar com o mandado de volta. Barco perdido, bem
carregado.
Não devia ter tirado, mas já que tirou com a justificativa de
ser cumprimento de uma ordem judicial, esse bicho-papão que “não se
discute, se cumpre”. Então, como é que de repente, pode ficar mais um
tempinho. Não bastava aplicar Maquiavel, ainda aplicar de maneira
errada. É dose... Cá com o “meus botões, acho que tirá-los agrada a uma
posição elitista, higienista e esteticista que pode até servir para
enfeitar a cidade, mas não poderia ser tomada esta decisão sem arrumar
bem direitinho o direito de todas estas pessoas que ali estavam há anos e
alguns há décadas, como é o caso de Zé Maria da banca de revista de
frente da antiga Rádio Rural.
Impossível para duas ou três gerações,
imaginar o cenário do “Oitão” sem Zé Maria e sua banca... Tirá-los pode
ter agradado a alguém, mas com a certeza que ninguém votará em Silveira
porque os tirou.
Na outra ponta, independentemente de ter sido uma
decisão judicial de um lobo em pele de cordeiro, a conta foi debitada ao
prefeito. E haja voto descendo pelo ralo... Depois, a periferização das
paradas de transportes alternativos vindos do interior. 1.150 carros
que trazem 10 mil clientes para o comércio, foram jogados para longe do
centro comercial desagradando a gregos e goianos. De novo teve que
voltar atrás; Por fim, o fim do táxi-lotação, um corpo estranho no
sistema de transporte público, mas que ali estava há quase duas décadas e
que para deixar de existir precisaria de uma habilidosa negociação,
lhes dando uma rede de proteção para não caírem de cabeça no chão duro
diante de um voo da morte forçado.
Nos três casos, o apoio aos segmentos
prejudicados pode não dar nenhum voto, mas a radicalização da posição
de mexer com essa gente, em todos os casos, tira votos aos borbotões. E
dizem que dentro da gestão quem quer aprumar o xote está ficando mal
visto.
Fala-se que há um grande poder da turma que grita: “Arrocha,
prefeito”. Não lembram estes Torquemadas que, para se manterem nos seus
tocos de jabutis, necessário se faz que o prefeito tenha voto... Ao fim e
ao cabo, o que se nota, é que o prefeito, tecnicamente tem bons
assessores, mas politicamente sua assessoria é um desastre.
A cidade
comenta num misto de revolta e de pena de ver perdida uma chance de ouro
de mudança, que há excesso de bajulação em vez de análises apuradas e
orientações racionais. As que chegam aos ouvidos alcaidianos, não são
feitas com cérebro... Nem com coração.
Fonte: Coluna Prosa & Versos - Jornal de Fato
Por Crispiniano Neto
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