EMPRESÁRIOS DO SETOR SALINEIRO
ENFRENTAM PROBLEMAS PARA
ESCOAR PRODUÇÃO
Empresários do setor salineiro enfrentam dificuldades para escoar
produção potiguar para países como os Estados Unidos devido à redução no
número de barcaças para transporte do material no Porto-Ilha, em Areia
Branca. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Moagem e
Refino de Sal do Rio Grande do Norte (Simorsal), Renato Fernandes, até
março, algumas barcaças que haviam sido recolhidas para manutenção devem
retornar, ajudando a desafogar o escoamento.
"Muitas barcaças saíram
para manutenção e ainda não voltaram. Já conversamos com as empresas
responsáveis pelas embarcações e elas começarão a retornar de março a
abril deste ano. Estamos estudando também a possibilidade de locar
algumas de outros Estados, como o Rio Grande do Sul", afirma o
presidente.
Renato Fernandes explica que trazer as barcaças do Sul do
País levaria mais tempo porque elas teriam de vir pelo mar. Ele conta
que, em relação ao transporte rodoviário, o setor não tem enfrentado
problemas, conseguindo transportar cargas em ritmo normal para abastecer
o mercado interno.
Dois fatores que contribuíram para o aumento na
procura dos salineiros pelo mercado internacional foram tanto a maior
demanda quanto a valorização do produto no exterior em relação ao
mercado brasileiro. Segundo Renato Fernandes, o excesso na produção fez
com que o sal se desvalorizasse no mercado interno, tornando mais
lucrativo ao setor vender para países como Estados Unidos, onde a
demanda pelo produto aumentou devido às fortes nevascas que o país tem
enfrentado.
"Os Estados Unidos já compram normalmente o sal do Rio
Grande do Norte e agora eles têm procurado mais o produto para derreter a
neve acumulada nas estradas. Esse aumento na demanda é ótimo para o
setor, pois temos produto suficiente para venda e o preço da tonelada de
sal no mercado externo está melhor que no Brasil", explica Renato
Fernandes.
Outro fator que influencia diretamente sobre a produção do
sal é o regime de chuvas, pois o produto precisa de clima quente e
ventilado para secagem e extração da água do mar. A relação entre o sal e
o clima faz com que o setor salineiro esteja sempre atento às previsões
meteorológicas, que este ano apontaram 40% de probabilidade de as
chuvas no Nordeste ficarem abaixo da média este ano, o que beneficiaria o
setor.
Sal é utilizado em diversos processos industriais
Renato
Fernandes afirma que, ao contrário do que muitos pensam, além do ramo
alimentício, o sal é usado em diferentes processos industriais, como
para fixação de cores em cosméticos como o batom, processo de
amaciamento de couros e até mesmo nas indústrias siderúrgica e
petrolífera.
"A demanda por sal é sempre muito alta devido à
multiplicidade de funções que ele desempenha. O sal é o produto natural
com maior aplicabilidade que se conhece, entrando em mais de 14 mil
processos industriais. Por isso, o setor salineiro não corre risco de
sofrer por falta de procura", conta.
Hoje, de acordo com o presidente
do Simorsal, o setor salineiro emprega mais de 15 mil trabalhadores no
Rio Grande do Norte, o que gera também milhares de empregos em outros
setores como o de serviços, além das vagas informais. Atualmente, o Rio
Grande do Norte é o maior produtor de sal do País, respondendo por 95%
de tudo o que é produzido no Brasil.
Fonte: O Mossoroense
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