sábado, 7 de fevereiro de 2015

EMPRESÁRIOS DO SETOR SALINEIRO 

ENFRENTAM PROBLEMAS PARA

 ESCOAR PRODUÇÃO


Empresários do setor salineiro enfrentam dificuldades para escoar produção potiguar para países como os Estados Unidos devido à redução no número de barcaças para transporte do material no Porto-Ilha, em Areia Branca. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Moagem e Refino de Sal do Rio Grande do Norte (Simorsal), Renato Fernandes, até março, algumas barcaças que haviam sido recolhidas para manutenção devem retornar, ajudando a desafogar o escoamento.
 
"Muitas barcaças saíram para manutenção e ainda não voltaram. Já conversamos com as empresas responsáveis pelas embarcações e elas começarão a retornar de março a abril deste ano. Estamos estudando também a possibilidade de locar algumas de outros Estados, como o Rio Grande do Sul", afirma o presidente.
 
Renato Fernandes explica que trazer as barcaças do Sul do País levaria mais tempo porque elas teriam de vir pelo mar. Ele conta que, em relação ao transporte rodoviário, o setor não tem enfrentado problemas, conseguindo transportar cargas em ritmo normal para abastecer o mercado interno.
 
Dois fatores que contribuíram para o aumento na procura dos salineiros pelo mercado internacional foram tanto a maior demanda quanto a valorização do produto no exterior em relação ao mercado brasileiro. Segundo Renato Fernandes, o excesso na produção fez com que o sal se desvalorizasse no mercado interno, tornando mais lucrativo ao setor vender para países como Estados Unidos, onde a demanda pelo produto aumentou devido às fortes nevascas que o país tem enfrentado.
 
"Os Estados Unidos já compram normalmente o sal do Rio Grande do Norte e agora eles têm procurado mais o produto para derreter a neve acumulada nas estradas. Esse aumento na demanda é ótimo para o setor, pois temos produto suficiente para venda e o preço da tonelada de sal no mercado externo está melhor que no Brasil", explica Renato Fernandes.
 
Outro fator que influencia diretamente sobre a produção do sal é o regime de chuvas, pois o produto precisa de clima quente e ventilado para secagem e extração da água do mar. A relação entre o sal e o clima faz com que o setor salineiro esteja sempre atento às previsões meteorológicas, que este ano apontaram 40% de probabilidade de as chuvas no Nordeste ficarem abaixo da média este ano, o que beneficiaria o setor.

Sal é utilizado em diversos processos industriais

Renato Fernandes afirma que, ao contrário do que muitos pensam, além do ramo alimentício, o sal é usado em diferentes processos industriais, como para fixação de cores em cosméticos como o batom, processo de amaciamento de couros e até mesmo nas indústrias siderúrgica e petrolífera.
 
"A demanda por sal é sempre muito alta devido à multiplicidade de funções que ele desempenha. O sal é o produto natural com maior aplicabilidade que se conhece, entrando em mais de 14 mil processos industriais. Por isso, o setor salineiro não corre risco de sofrer por falta de procura", conta.
 
Hoje, de acordo com o presidente do Simorsal, o setor salineiro emprega mais de 15 mil trabalhadores no Rio Grande do Norte, o que gera também milhares de empregos em outros setores como o de serviços, além das vagas informais. Atualmente, o Rio Grande do Norte é o maior produtor de sal do País, respondendo por 95% de tudo o que é produzido no Brasil.

Fonte: O Mossoroense 

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