GOVERNO FEDERAL DIFICULTA
ACESSO A BENEFÍCIOS
Na tentativa de conter os efeitos da
crise econômica no país, o governo anunciou nesta segunda-feira (29)
mudanças nas regras para acessar benefícios previdenciários e
trabalhistas. Elas valerão apenas para novos beneficiários, não para
aqueles que, por exemplo, já recebem pensão por morte ou
seguro-desemprego. A intenção é economizar R$ 18,5 bilhões em 2015 com
as alterações.
De acordo com o ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, as mudanças foram elaboradas em conjunto pela equipe
econômica que sai – Guido Mantega e Miriam Belchior – com a que entra,
formada por Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
“Estamos preservando direitos sociais”, afirmou Mercadante durante o
anúncio das medidas no Palácio do Planalto.O foco, a partir de agora,
será no primeiro emprego. Por isso, acessar os benefícios
previdenciários e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), ficarão mais
difíceis. Segundo o governo, as mudanças ocorrerão para reduzir a
rotatividade entre empregos e “eliminar excessos”. As alterações
abrangem o abono salarial, os seguros desemprego do trabalhador e do
pescador artesanal, pensão por morte e auxílio doença.
O abono, por exemplo, será pago
proporcionalmente ao tempo trabalhado no primeiro ano de emprego e terá a
carência ampliada de um para seis meses. No caso do seguro-desemprego, o
tempo mínimo para poder usar pela primeira vez passará dos atuais seis
meses para um ano e meio. Já a segunda solicitação fica em 12 meses e a
terceira em seis meses.
No caso da pensão por morte, que segundo
o governo representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), haverá o
período mínimo de dois anos para acessar o benefício. Estão previstas
duas exceções: quando o trabalhador morrer em acidente de trabalho ou
por doença causada pelo emprego. Além disso, será exigida que o
casamento ou a união estável tenha ocorrido há pelo menos 24 meses.
As novas medidas também influenciarão os
empregadores. Atualmente, as empresas são responsáveis por garantir 15
dias de pagamento ao trabalhador que se afastar por doença. Agora, o
período passará para um mês. Segundo Mercadante, as mudanças serão
publicadas em duas medidas provisórias amanhã (30), uma para a parte
previdenciária e a outra para o FAT.
Fonte: Congresso em Foco
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