NA PETROBRAS, MUDANÇAS 

APENAS COSMÉTICAS

Quando diz que, "do seu ponto de vista, não é necessária" a saída da presidente da Petrobras, Graça Foster, a presidenta Dilma Rousseff deixa claro que, por enquanto, nada muda na estatal. Não importa o quanto os acionistas pressionem nem as conseqüências da não publicação do balanço. Por outro lado, quando afirma que fará mudanças no Conselho de Administração, Dilma tenta passar a impressão de que a empresa passará por uma grande transformação. Afinal é o Conselho que dá as linhas da empresa, que decide os grandes investimentos, estabelece prioridades que serão executadas pela diretoria executiva.

Na prática, tudo não passa de um jogo de cena. O Conselho de Administração será automaticamente alterado com a mudança dos ministros que fazem parte do grupo. Dos sete conselheiros indicados pelo acionista controlador (o governo), quatro estão de saída dos postos que ocupam no governo. Dois ministros já anunciaram que deixam o cargo no fim do mês: o da Fazenda, Guido Mantega, e a do Planejamento, Miriam Belchior. Também devem deixar o posto o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Os outros três membros indicados pelo governo são a própria presidente Graça Foster, o militar Francisco Roberto de Albuquerque e o engenheiro Sergio Franklin Quintella, que podem ou não ser mantidos no posto.

Não é certo, porém, que Mantega seja substituído na presidência do órgão pelo seu sucessor na Fazenda, Joaquim Levy. Dilma presidiu o conselho quando era ministra das Minas e Energia, no início do governo Lula. E continuou no posto quando foi promovida para a Casa Civil, em 2005. Somente quando ela saiu para disputar a eleição é que o cargo foi ocupado pelo ministro da Fazenda. No novo mandato, como Dilma já disse, o Conselho pode ser presidido por um ministro de outra pasta. E as mudanças, de nomes, não significam mudanças na postura do governo em relação à empresa.

Fonte: ISTO É DINHEIRO
Por: Denize Bacoccina

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