WILMA RECLAMA DO DESCASO DO ATUAL
GOVERNO COM TERMINAL PESQUEIRO
O Governo do Estado abandonou o terminal pesqueiro do Rio Grande do
Norte. Pelo menos, é o que afirmou a ex-governadora e atual
vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, do PSB. Segundo ela, por meio de
nota enviada a imprensa nesta segunda-feira (29), o local estava quase
concluído na gestão dela e agora está sofrendo com o descaso da atual
administração, de Rosalba Ciarlini, do DEM.
Leia a nota na íntegra:
O Rio Grande do Norte é um pólo pesqueiro importante. Somos
destaque na produção do Atum e da Meca, peixes dos mais consumidos e
valorizados do mundo. Devido à posição geográfica – de esquina do
continente – as correntes marítimas aliadas à dimensão da ‘plataforma
oceânica’ (área submarina de menor profundidade que determina a
distância entre a costa e o mar profundo – onde ficam os cardumes) fazem
da pesca uma das nossas vocações econômicas, embora muito pouco
explorada.
Como governadora, percebia uma siuação absurda neste segmento: o
Atum pescado no nosso estado saía daqui praticamente ‘in natura’,
congelado do jeito que saía do mar, para ser exportado para Europa e
Estados Unidos. Lá, era industrializado, processado, enlatado e – pasme –
retornava para o Brasil e para o RN em latinhas de poucas gramas, para
ser vendido nos supermercados por preços muitas vezes maiores do que o
valor pago aos nossos pescadores. Imagine: este produto – nosso – ter
que dar este ‘passeio’ intercontinental para ser processado e agregar
valor, dando lucro e emprego a muita gente fora daqui – até em outros
países.
Aprofundando as discussões, soube até que tinha barcos japoneses
modernos, industrializados, pescando clandestinamente em nossa faixa de
mar, levando nossas riquezas naturais sem sequer nos pedir licença. A
pergunta que não queria calar: por que o Atum tem que sair daqui para
ser industrializado? Por que não temos indústrias para que o pescado já
saia daqui processado, enlatado, pronto para o consumo, direto para
supermercados do estado, do país e do mundo, valendo mais, gerando
empregos, oportunidades, negócios e receitas para o RN?
Reuni experts no assunto, fizemos um plano de ação, criei uma
sub-secretaria para a pesca, nomeei um professor universitário
especializado para dirigi-la – Alberto Cortez – e começamos a REVERTER
esta situação, criando uma política pública estruturada para este
importante setor. Demos incentivos fiscais, reduzindo o preço do diesel
para as embarcações locais, e iniciamos a luta pela construção de um
PORTO PESQUEIRO para Natal. Passamos a atrair indústrias de
processamento de pescados para se instalar e criar valor aqui. O
resultado está aí: abandono e descaso. Depois de muita luta e de grande
esforço, ao deixar o governo, o nosso Porto Pesqueiro estava quase
pronto e com os recursos assegurados para a sua conclusão.
Agora, espero que as autoridades, os atuais governantes, os
agentes econômicos, os trabalhadores, os pescadores e a população em
geral não deixem esta política pública desandar – a exemplo do que tem
ocorrido com outros projetos estruturantes iniciados por nós. Não
importa a questão partidária. Isto é menor.
O projeto não é meu, nem de ninguém. É do Rio Grande do Norte!
O que importa é consolidarmos um projeto que foi pensado e realizado para trazer oportunidade de emprego, de renda e de melhor condição de vida para os norteriograndenses.
Fonte: Potal no Ar
Por Ciro Marques
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