O MENOR CARENTE
“A
criança de hoje é o homem de amanhã”. Será que os governantes
têm consciência disto?- Não creio, e a prova está no grande número
de crianças desassistidas, que perambulam pelas ruas. Par que a
criança de hoje se transforme no homem de amanhã, faz-se necessário que
ela tenha amor, alimentação, educação, saúde. E por que não incluir
também um lar?
Infelizmente, há no Brasil, mais de quarenta milhões de menores carentes e, portanto, marginalizados. Estas crianças por não terem ocupação (pois “mente ocupada é mente não tentada”),dedicam-se ao submundo do crime, da violência. Atualmente, elas representam pequenos “monstros” nas grandes metrópoles. Imaginemos como será a situação do Brasil daqui a uns anos, quando estes menores passarem a maiores ou adultos?
Infelizmente, há no Brasil, mais de quarenta milhões de menores carentes e, portanto, marginalizados. Estas crianças por não terem ocupação (pois “mente ocupada é mente não tentada”),dedicam-se ao submundo do crime, da violência. Atualmente, elas representam pequenos “monstros” nas grandes metrópoles. Imaginemos como será a situação do Brasil daqui a uns anos, quando estes menores passarem a maiores ou adultos?
- Creio que a situação será insustentável. Adianta
prendê-los, se não há escolas correcionais no Brasil?
Quantos criminosos adultos, em criança, foram postos na FEBEM e sua
passagem por aquele recinto “deseducacional” serviu-lhe tão somente
para aprimoramento na “arte de delinquir”? Este Órgão foi substituído
por outro, mas não vejo com bons olhos esta mudança, pois trocar seis
por meia dúzia de nada adianta, é perda de tempo total.
A
novidade foi a criação do Código do Menor. E para que serve? Sendo
o menor infrator isento de “punição”física por parte das
autoridades policiais, que se vêem de mãos atadas sem nada poderem
fazer, os maiores o transformam em escudo, o tomam por isca para
“aviãozinho”do tráfico, para os furtos e assaltos, ou seja, para a
prática da delinquência, o que colabora para o menor especializar-se com
grande rapidez nas veredas da criminalidade. A falta de maior atenção
das autoridades governamentais aos menores desassistidos está levando
a sociedade a “fazer justiça”com as próprias mãos, e o extermínio
das crianças de rua é algo muito preocupante porque, afinal, estes
menores são, na grande maioria, fruto s de uma sociedade capitalista
injusta, egoísta, onde a corrida em busca do ouro é tamanha;nela, o
pobre é cada vez mais pobre e o rico, cada vez mais rico. A política
salarial no Brasil é algo muito vergonhoso. O problema da terra nem é
bom falar. A Reforma Agrária, uma das soluções para resolver o problema
da fome e diminuir a miséria, é assunto dogmático, quando me refiro
a este “dogma”, não estou de acordo com o patrimônio privado
seja desrespeitado, em absoluto, os direitos adquiridos são sagrados
e devem ser respeitados. Sempre existiu e continuará existindo rico
e pobre. Mas a miséria, esta deve ser banida. Todos temos o direito
de viver dignamente, alimentação, teto e assistência a saúde. E a
miséria nada mais representa do que a ambição, a falta de
solidariedade humana, o egoísmo desenfreado.
Não
defendo a delinquência e já fui vítima, como muitas pessoas,
de tentativas de abordagem com arma sobre mim. Tive sorte de
conseguir conversar com os menores sem ser agredida fisicamente. Mas
passamos constantemente por sustos e estamos expostos à violência. Mas
não tenho o direito de julgar estes pobres que vivem no submundo,
sentindo pela fome física e de afeto, bem como a falta do calor humano,
a falta do outro em sua vida; longe da educação doméstica e
escolástica, desumanizam-se e passam a ver em cada um de nós,
privilegiados com o que lhes falta, um culpado pelos seu estado de
subvida.
Penso
que está na hora de sairmos um pouco do nosso invólucro egoísta e
compartirmos um pouco que seja do que temos para reduzir tanto a fome
como a violência. O curioso é que em se tratando das
crianças, geralmente elas evitam de importunar quem as ajuda, lhe dá um
pouco de comida.
Não
podemos pôr toda a responsabilidade apenas sobre os ombros
dos governantes que pouco fazem pelos excluídos por nada terem
a retribuir, muitas vezes nem eleitores são porque não são cidadãos,
não sabem ler nem mesmo assinar o nome, não têm documento de
identidade; quando estão já muito conhecidos pelas artimanhas
praticadas, mudam de lugar e de nome... E a vida prossegue sem o
amanhã,eles mal têm o hoje, mesmo porque o amanhã é circunstancial, não
existe. Existe o ontem que é passado e a única coisa que não passa, e o
hoje que já foi o amanhã.
Rousseau
argumenta que “o homem não nasce mal, a sociedade é que o corrompe”.
Sei apenas que o crack está dominando a as crianças, a juventude
brasileira. Urge que algo seja feito e com rapidez se quisermos salvar
os jovens, uma missão muito espinhosa, é difícil, sim, mas não
impossível. Não adianta construir tantos presídios sem as medidas
pedagógicas, sugiro que os governantes, aí sim, depende deles, abram
escolas de artífices, com dois turnos, aulas normais, danças, jogos,
todos os tipos de atividades físicas para atender o anseio de cada
aluno, informática,atividades agrícolas com pequena bolsa para estimular
os alunos e não esta bolsa família que muitas vezes tem outros rumos. É
preciso que haja educação sexual, controle á natalidade, aulas de
Filosofia, Civismo, Ética, Religião, tudo entrelaçado numa
multidisciplinaridade a fim de prepararmos esta criançada e estes
jovens, futuros cidadãos para um Brasil melhor.
Conclamem
voluntários, conclamem a sociedade para arregaçar as mangas e ir à luta
em prol da Paz que todos merecemos. Isto é cidadania, é alteridade, é
cristandade, é a prova de amor a Deus que arquitetou este belo Universo e
nos entregou para darmos continuidade à Criação, não o fez para a
destruição, para isto criou a espécie humana.
Façamos,
portanto, alguma coisa para salvar as crianças e os jovens excluídos,
aproveitemos a campanha da Fraternidade que lança um olhar para esta
massa humana que vegeta nas sarjetas da vida.
*Marinalva Freire da Silva é Docente aposentada da UFPB e Defensora dos Direitos Humanos.
Enviado por José Romero Araújo Cardoso
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