JUROS CAEM A 7,5%, MENOR TAXA
DESDE 86, E POUPANÇA RENDE MENOS
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta
quarta-feira (29) cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto
percentual, indo de 8% para 7,5% ao ano. A decisão foi unânime.
Essa é a menor taxa que o Brasil já teve desde a criação da Selic, em
julho de 1986. Até então, o valor mais baixo tinha sido de 8% e estava
em vigor desde julho.
A decisão faz a poupança continuar rendendo menos.
Pelas novas regras da poupança, determinadas em maio deste ano, o
rendimento fica menor sempre que a Selic estiver em 8,5% ou menos ao
ano.
Agora, a poupança vai render 5,25% ao ano mais a TR (5,25% é 70% da
Selic, conforme determina a nova regra). Com a Selic em 8%, a poupança
estava rendendo 5,6% ao ano mais a TR. Antes das mudanças, o ganho da
poupança era de 6,17% ao ano, mais a TR, em qualquer situação.
Veja o comunicado do Copom sobre a decisão:
"O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 7,50% ao
ano, sem viés. Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações
de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na
recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o
cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições
monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia."
Este foi o nono corte seguido na taxa. A série de reduções começou em
agosto do ano passado, quando os juros caíram de 12,5% para 12%.
Como a decisão foi unânime, Isso torna desnecessária a divulgação do
voto de cada membro. Seria a terceira vez em que os votos iriam se
tornar públicos, seguindo a nova Lei de Acesso à Informação.
Mudança na poupança vale para depósitos
feitos a partir de 4 de maio
Pelas novas regras da poupança, anunciadas pelo governo federal no
começo de maio, sempre que a Selic ficar em 8,5% anuais ou menos, muda o
rendimento dos depósitos feitos a partir de 4 de maio deste ano.
A mudança vale tanto para poupanças que já existiam e para as que foram
abertas a partir de 4 de maio. O dinheiro que já estava nas poupanças
antigas continua rendendo conforme as regras anteriores.
Com os juros a partir de 8,5% ao ano, a "nova" poupança vai render 70%
da Selic, mais a TR (Taxa Referencial). Para os depósitos feitos antes
de 3 de maio deste ano, nada muda. Nesse caso, o rendimento continuará
sendo o antigo, de 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a variação da TR.
Os bancos têm de informar o rendimento da poupança em dois blocos
diferentes no extrato. Um dos blocos informará o rendimento dos
depósitos feitos até 3 de maio. O outro deverá trazer o rendimento dos
depósitos feitos depois de 4 de maio.
Governo tem tomado medidas para
reduzir os juros ao consumidor
O governo tem tomado medidas para reduzir os juros diretos ao consumidor. A onda de cortes de juros nos bancos começou no início de abril, com os bancos públicos, e continuou com os bancos privados.
A preocupação com os juros é que eles dificultam o crescimento da
economia. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica
caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus
gastos, porque o crediário fica mais caro. Essa situação deixa a
economia com menos força. Reduzir os juros, ao contrário, estimula a
produção e o consumo, melhorando o PIB (Produto Interno Bruto).
A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco
impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão
de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas
variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a
dia.
Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75%. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores
de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos
Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro,
Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.
(Com informações da Reuters)
Fonte: Uol Economia
Do Uol em São Paulo
Nenhum comentário :
Postar um comentário