quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por Passos Júnior*


 
 PESQUISA DA UFERSA ESTUDA 15 

VARIEDADES DE GIRASSOL


Imaginemos como seria o planeta terra se não houvesse o combustível, substância capaz de proporcionar inúmeras facilidades para o ser humano na contemporaneidade, mas também responsável por poluir o meio ambiente. Desde cedo, aprendemos que a poluição produzida pela queima dos combustíveis contribui para a produção do efeito estufa, deixando o planeta muito mais quente. Se não podemos mais pensar na terra sem a utilização dos combustíveis, a solução para amenizar os impactos ambientais causados pela queima dessas substâncias, na sua grande maioria derivada do petróleo, é a produção do biodiesel.

De olho nas vantagens que esse tipo de energia renovável pode proporcionar, muitos estudos estão sendo realizados em todo o mundo, para as diversas variedades vegetais oleaginosas voltadas para a produção do biodiesel. Na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, por exemplo, o prof. Dr. Paulo Sérgio de Lima e Silva, desenvolve pesquisa com o girassol. O objetivo do pesquisador é identificar as melhores cultivares de girassol mais adaptáveis a região do semiárido potiguar. No experimento, montado na Fazenda da UFERSA Rafael Fernandes, na zona rural de Mossoró, 15 variedades de girassol são estudadas.


Intitulado “Seleção de cultivares de girassol visando à agricultura familiar no semiárido”, o projeto conta com o financiamento da Petrobras, no valor de R$ 360 mil, tem a coordenação geral da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. A pesquisa foi iniciada em janeiro desse ano e deve se estender até dezembro de 2014. “Nesses quatro anos vamos analisar os diversos aspectos relacionados ao cultivo do girassol, principalmente, com relação ao teor de óleo”, adianta Paulo Sérgio. A importância do girassol para a produção do biodiesel se deve a excelente qualidade do óleo que é extraído da semente da planta e ser uma energia renovável de baixo custo.

Além da melhor produtividade, a pesquisa analisa pelo menos quatro outras questões relacionadas com a cultivar, como por exemplo, a determinação do tamanho e forma ideais de parcela para experimentos com girassol. O professor explica que “existem determinados tamanhos e formas de parcela – distanciamento entre as fileiras de plantas – que proporcionam o menor erro experimental, ou, em outras palavras, maior precisão”. O distanciamento entre as fileiras, dependendo do tipo de girassol, pode interferir na produtividade da planta.


Outro ponto da pesquisa diz respeito ao crescimento das 15 cultivares. “Queremos descobrir o desempenho de cada uma delas, quando cortadas aos 30, 50, 70 e 90 dias após a semeadura”. Essa avaliação vai permitir o conhecimento da cultura sob vários aspectos, como por exemplo, a capacidade delas competir com as plantas daninhas.

As deficiências de germinação, “efeitos de falhas”, é outro aspecto que está sendo analisado na pesquisa. “As falhas são locais que não apresentam plantas, apesar de terem sido semeadas”, esclarece Paulo Sérgio, adiantando que geralmente elas, as falhas, são causadas por deficiências na germinação, ataques de pragas e de outros fatores relacionados com o solo, água ou clima.

A pesquisa também analisa o desempenho das plantas cultivadas nas bordas das fileiras de girassol, o chamado efeito de bordadura, onde os vegetais das extremidades tendem a apresentar comportamentos diferentes das plantas das áreas mais internas. “Vamos pesquisar e medir esse efeito e verificar se ele difere nas quinze variedades de girassol”, afirma o professor Paulo Sérgio adiantando que “essa mensuração permitirá a realização de experimentos mais precisos, indicando como se deve eliminar o efeito de bordadura”.

A pesquisa com as 15 variedades de girassol conta com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Como é o caso do mestrando em Fitotecnia, Vianney Reinaldo de Oliveira, que trabalha com alternativas de produção sustentável para pequenos produtores. “É um trabalho novo no contexto nacional do biocombustível, voltado para a produção de energia renovável de forma a cooperar para o desenvolvimento da agricultura familiar ao apresentar as melhores cultivares em termos de produtividades”, disse o estudante de mestrado da UFERSA, que pesquisa “O crescimento de leguminosas arbóreas e o rendimento em sistema silviagrícola”.

Com ciência e tecnologia, a Universidade Federal do Semi-Árido com a sua equipe de pesquisadores, demonstra o potencial e a viabilidade para o desenvolvimento ao apresentar pesquisas como “seleção de cultivares de girassol visando a agricultura familiar no semiárido” que buscam alternativas auto-sustentáveis para essa região do Brasil, promovendo nessa perspectiva os caminhos para a sustentabilidade.

* Passos Júnior é Jornalísta e assessor de Comunicação da UFERSA 



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