sábado, 11 de junho de 2011



A FUNÇÃO SOCIAL DO JORNALISTA


O jornalismo tem o compromisso social como princípio deontológico. Não dá para dissociar a influência direta ou indireta do jornalista – emissor, no processo de comunicação – no cotidiano do seu público – receptor da informação por ele emitida. Os jornalistas têm em mãos o maior poder de persuasão do planeta, e precisa utilizá-lo de forma correta.

Do ponto de vista ético, o jornalista tem para com a sociedade a responsabilidade de: auxiliá-la em suas decisões, enriquecê-la culturalmente, colaborar com o fortalecimento da cidadania, divulgar aquilo que de alguma forma possa contribuir para a ela, denunciar o que possa vir a ser prejudicial e, sobretudo, se responsabilizar por tudo o que divulga.

Eugênio Bucci, em passagem do seu livro Sobre Ética e Imprensa, cita que devemos “pensar o jornalismo como um ofício que, acima de tudo, não é uma técnica, mas é (e deve ser) uma práxis ética”. E ele tem razão. Não é possível trabalhar nos meandros da formação de opinião crítica da população, sem a constante manutenção dos conceitos éticos que envolvem a relação jornalista, informação e público.

O público tem direito a informação, e esse é o ponto crucial na formação de uma sociedade mais crítica. Os profissionais da comunicação não têm o direito de privar o público de informações relevantes para a sua formação deopinião crítica, isso fere o discurso primordial dos deveres do jornalista. No entanto, é o que mais vemos acontecer.

É comum identificarmos a imparcialidade de discursos tendenciosos nos meios de comunicação com o intuito de favorecer algum conglomerado político ou empresarial diante a opinião pública. Infelizmente essa ainda é uma prática comum. Um resquício dos tempos de ditadura que ainda apodrece nas grandes empresas midiáticas.

Como os jornalistas estão no meio de um conflito tão importante, que envolve conceitos e direitos essenciais para a vida social, cabe a classe entender a importância do seu papel na sociedade e se apropriar de todas as armas possíveis através da liberdade de imprensa e dos conceitos éticos que a cerca, para fazer diferente. Como diria Millôr Fernandes: “Em qualquer roda é fácil reconhecer um jornalista. É o que está falando mal do jornalismo.”



Um comentário :

Rui Nascimento disse...

Belo texto. Infelizmente aqui, nesta província querida por todos nós, jornalista confunde-se ou mistura-se com bajuladores de grupos políticos. Na minha humilde opinião todo jornalista, enquanto cidadão tem todo direito de ter seu lado político, mas enquanto formador de opinião ele jamais deveria ser tendencioso, o que é praxe em nossa cidade. Uma coisa é você opinar, criticar, informar, outra coisa é você querer que sua opinião seja compreendida como uma verdade única, principalmente quando a idéia é tornar um simples ponto de vista num fato consolidado, como se a opinião emitida fosse uma verdade absoluta. Isto faz mal a sociedade! Isto é ruim para a democracia!