terça-feira, 24 de maio de 2011

UFERSA



PROGRAMA CONEXÕES DE SABERES 

RECONSTRÓI HISTÓRIO DOS NEGROS 


A história dos afro-descendentes está sendo contada pelo Programa Conexões de Saberes no Curso Práticas Discursivas de Igualdade Racial: Educação na Diversidade. A proposta é a implementação da Lei 10.639/2003 que estabelece as diretrizes para a temática História da Cultura Afro-Brasileira na rede de ensino.

Com 60 participantes, o curso está acontecendo aos sábado, no Auditório do CTARN, na UFERSA Mossoró, com total de nove módulos. No primeiro, realizado nesse fim de semana, abordou a Lei 10.639/2003 e Interdisciplinaridade: uma reflexão sobre as origens africanas, com o Professor Doutor, Carmelindo Rodrigues da Silva.

Para os estudantes e participantes, o curso está sendo uma oportunidade de conhecer a história com mais clareza e fidelidade. “Não acredito que exista raça privilegiada. Esse curso tem sido importante, pois mostra o que na verdade aconteceu e ainda acontece com os afro-descendentes do nosso país miscigenado”, opinou o estudante conexista de Medicina Veterinária, Juniano Gomes Faustino.

A estudante de Direito, também conexista, Fernanda Rafaela Maia de Freitas, concorda que as questões étnicorraciais são bastante negligenciadas no país. “Esse curso nos oportuniza uma visão mais realista de como os afrodescendentes estão inserido da nossa sociedade. Então, considero de fundamental importância uma vez que abre um olhar a partir de uma nova Lei que reconhecer o valor da população negra em nosso país”, opinou Rafaela.

HISTÓRIA

Para o professor Carmelindo Rodrigues, durante anos a história do negro não foi contada, tendo sido, inclusive, renegada com a restrição dos direitos humanos dos afro-descendentes que corresponde a 60% da população brasileira. “Todos os seres humanos são iguais, além do direito a vida, tem necessidades fundamentais como a alimentação, saúde, moradia e a educação”, frisou o professor.

Segundo o professor, a negligência com os direitos da população negra contribuiu para que a população branca deixasse de conhecer a contribuição dos negros para o desenvolvimento do país. “A educação inclusiva foi pensada pela primeira vez por Joaquim Nabuco há 115 anos atrás como proposta de oportunizar uma vida melhor para ex-escravos”, exemplificou.

Citando como exemplo a escola e o mercado de trabalho, o professor Carmelindo é categórico em afirmar que o “êxito escolar não é sinônimo de estabilidade profissional”. Segundo ele, os negros do país ainda têm menos oportunidades e menores salários mesmo exercendo a mesma função de um trabalhador de cor branca. “As cotas é uma forma de compensação para os afro-descendentes”, defendeu o professor.

Durante o curso, o professor Carmelindo foi buscar na história a origem da escravidão no Brasil. Os africanos foram capturados pelos colonizadores devido a sua condição física e pelo conhecimento no manejo com a agricultura, qualidades essas que os índios nativos não dispunham. Segundo o professor a transversalidade é a opção mais viável para o desafio do ensino de história.

Carmelindo também aproveitou para ratificar o papel do professor que vai muito mais além que abordar o tema em sala de aula. “O papel do educador deve superar a compreensão e a prática sobre a disciplina. Ele deve instigar a reflexão sobre os conteúdos e valores a eles associados, ampliando a responsabilidade do professor com a formação do aluno”, exemplificou.

É papel do professor aproximar os conteúdos e a sua prática escolar para o desenvolvimento da capacidade do aluno de ler e interpretar a realidade contextualizada num conceito mais amplo de aprendendo a aprender, num exercício de ultrapassar as condições históricas.

CURSO

Com carga horária de 20 horas/aula, sendo 5 horas com encontro presencial e 15 horas com atividades teórico vivenciais com estudos individuais e em grupo, intervenções nas comunidades e elaboração de relatório com os resultados e impactos das atividades realizadas.


O segundo Módulo que vai abordar o tema As Representações de Negros nos Livros Didáticos será realizado no dia 4 de junho, no Auditório do CTARN. Segundo a coordenadora do Programa Conexões de Saberes, professora Ady Canário, ainda há vagas. Os interessados também podem participar por módulos com cada módulo sendo emitido um certificado. Os encontros vão prosseguir até o dia 16 de julho, sempre aos sábados.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFERSA - Passos Junior 


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