quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

POR JOSÉ ROMERO CARDOSO*


ANTÔNIO CAMPOS E SILVA

Antônio Campos e Silva foi uma legenda da criatividade e da inteligência mossoroense, ou melhor dizendo, da norteriograndense, brasileira e mundial. Ninguém de sua geração sintetizou de forma tão clara os percalços, agruras e sucessos do que ele.

O trágico acidente automobilístico, ocorrido na década de 70, na estrada de Mulunguzinho, meio caminho de Felipe Guerra, meio caminho de Apodi, ceifou um jovem idealista cujo maior objetivo era servir à ciência integralmente.


Sabendo da importância que Antônio Campos e Silva teve e ainda tem para todos que buscam de alguma forma enveredar pelos caminhos das pesquisas e descobertas, a Coleção Mossoroense, quando o mecenas ainda era vivo, trouxe a público nova edição das famosas cartas que o renomado geógrafo potiguar trocou com Vingt-un Rosado.


Durante 14 anos Antônio Campos e Silva expressou a Vingt-un sua sublime inteligência e sua amizade devotada, através de escritos que após sua morte foram compiladas em volume que hoje é de importância ímpar para àqueles que tiveram ou não o privilégio de conhecê-lo e que reconhecem o valor do seu trabalho e do seu legado.


Paleontólogo, arqueólogo, poeta, geógrafo, cientista físico-social, sábio de dimensões incalculáveis, Campos e Silva, em co-autoria com Vingt-un Rosado, é um dos responsáveis pela valiosa coletânea referente ao naturalista francês Louis Jacques Brunet, também merecedora de segunda edição na Coleção Mossoroense. O cientista francês que descobriu o pintor paraibano Pedro Américo teve em Campos e Silva um dos mais obstinado entusiasta, cujo trabalho resgata primorosamente vida e obra brunetianas.


Nome de avenida em Mossoró, situada oportunamente entre o Campus leste da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Antônio Campos e Silva, o jovem de Currais Novos, desprezado em outras plagas, mas valorizado na heróica cidade da resistência, sagrada terra de Santa Luzia, precisa ser lembrado pelas gerações futuras para que a sua memória e o seu legado se perpetuem como o brilho das estrelas que enfeitam as belas noites do sertão que ele tanto amou.


(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN.




Nenhum comentário :