MUDANÇA NA COBRANÇA DO ICMS
BENEFICIA COMERCIANTES
POTIGUARES, DIZ SECRETÁRIO
Uma emenda constitucional nº 87/2015
começou a valer no inicio deste ano e modificou a cobrança do ICMS na
operação que destinem bens e serviços ao consumidor final, sendo pessoa
jurídica ou física, localizado em outro estado. A alteração atinge,
principalmente, o comércio on-line.
A alteração determina adoção da alíquota interestadual, de 4%, 7% ou 12%, conforme o estado de destino, e cabe ao estado do destinatário o ICMS correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual.
O titular da Secretaria do Estado de
Tributação, André Horta, afirmou que a mudança corrige uma justiça
fiscal que surgiu com o desenvolvimento do e-commerce. Ele acrescentou
que as vendas pela internet faziam com que o imposto ficasse somente na
origem nas operações interestaduais.
“Com a internet isso ficou mais difícil.
Cada vez mais crescendo a compra pelo on-line e desviando o imposto
local para outros estados”, declarou o secretário da SET.
Horta detalhou que nas operações entre
os estados que destinem a mercadoria, deve-se adotar a alíquota
interestadual e cabe ao estado destinatário pagar a diferença da taxa
interna do estado destinatário e a taxa do tributo estadual. “A
responsabilidade sobre o recolhimento desse imposto, correspondente a
diferença entre a alíquota interna e estadual, quando ele não for
contribuinte do imposto, que é o caso de agora com a internet, cabe ao
remetente”, explicou.
André Horta afirmou que a mudança
beneficia o empresário potiguar, por ser um estado destinatário nessas
operações, não originando produtos. Além disso, as empresas potiguares
terão condições de competitividade, já que irão disputar mercado
igualmente com outras empresas que possuíam algum tipo de beneficio
fiscal, baseados “nessa regra errada de concentrar na origem todo o
tributo”.
“Tinha outro problema. Alguns estados
davam benefício por fora do Confaz, ou seja, irregulares. Por exemplo,
1% de incentivo para quem vender pela internet para qualquer lugar do
país. Essas empresas que estão instaladas em outros estados com esse
benefício vão entrar em dificuldades econômicas, porque vai ser cobrada
outra parte no destino, perdendo a competitividade”, esclareceu.
Com essas mudanças tributárias, o
secretário estadual de Tributação reforçou a necessidade de uma reforma
para uma padronização, a nível nacional, das taxas de impostos cobradas.
Ele, como coordenador do Consefaz, comentou que há um grupo de trabalho
que estuda uma maneira de diminuir a importância do ICMS para os
estados.
“O fato da gente não ter uma regra mais
homogênea, cria uma dificuldade no sistema tributário. Nós temos
trabalhado no Consefaz para encontrar novas fontes de financiamento para
os estados, que fiquem autônomos com outro tributo. Um tributo de
perfil progressivo, e não regressivo, como o ICMS. Mas não é uma
alteração que faz do dia para noite, leva tempo”, encerrou.
Fonte: Portal no Ar
Por Virgínia França
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