domingo, 18 de janeiro de 2015


TRAGÉDIA DAS TRAGÉDIAS
Confesso que fiquei chocado com o resultado final da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É um saldo negativo assustador de 529 mil estudantes que zeraram as provas contra apenas 250 que tiveram nota máxima.
 
Isso mostra que nossa educação está abaixo do fundo do poço. A educação básica brasileira tem que ser vista como a nossa maior vergonha. A partir dela surgem todas as outras vergonhas, como a criminalidade e despolitização que domina a população brasileira.
 
Na campanha eleitoral, o debate em torno da educação foi vencido pelo PT com os argumentos em torno dos avanços no ensino superior, técnico e profissionalizante. Essa parte, de fato, vai bem. Mas torna a educação brasileira contraditória por conta do péssimo desempenho do ensino básico.
 
O resultado é vermos diariamente em redes sociais um desempenho sofrível das pessoas na hora de escrever postagens.
Temos uma geração de graduados incapazes de se relacionarem bem com a língua pátria. Uma vergonha, claro.
 
Está claro que se o Governo Federal insistir em cuidar apenas da parte que lhe cabe, essa triste realidade vai permanecer rondando a cabeça dos nossos jovens.
 
É preciso uma intervenção nos demais níveis de ensino com um investimento maciço. Até aqui tudo tem sido farsa.
 
Veja a questão do piso nacional dos professores da rede básica. Todo ano o piso é reajustado e isso vai fazer com que em breve nossos professores ganhem cada vez mais. Isso é justo. É a mais importante das profissões.
 
O problema é que o Governo Federal faz caridade com o chapéu alheio. Determina o piso e coloca o cumprimento da lei para estados e municípios. A maior parte não tem condições de cumprir a lei e vai para o embate com os professores. O resultado disso são greves e mais greves cujo resultado final é o prejuízo para os estudantes.
 
Outro grande problema da educação básica é a falta de estímulo que misturada com a nossa cultura de pouca valorização dada ao conhecimento forma uma verdadeira epidemia de ignorância em nosso país.
 
Também preocupa a futilidade provocada principalmente na TV aberta. Difícil conhecer alguém com idade entre 15 e 20 anos que não fala as palavras "ostentar", "paredão" ou "celular". Uma geração muito mais interessada nas redes sociais que na escola.
 

Muitos só enxergam que não aproveitaram as oportunidades quando se tornam pais. Muitos desses insistem no erro e transferem a responsabilidade para os avós e seguem na vida longe dos estudos.
 
A educação tem que ser a primeira preocupação de nós pais para criarmos filhos responsáveis. Culpar o poder público pela tragédia da educação é muito fácil. Difícil é fazer o raciocínio de que as famílias também são parte do problema.
 
Na minha opinião, todos esses problemas da educação existem por culpa do Estado e dos pais omissos.
Para encerrar uma reflexão: qual foi a última vez que você perguntou ao seu filho como foi a aula do dia? Se não lembra, comece a tornar isso uma rotina a partir deste ano. Não vai se arrepender.

Por Bruno Barreto
Editor de Político do Jornal O Mossoroense 

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