COM ERROS E EQUÍVOCOS REFORMA
ADMINISTRATIVA É APROVADO
Com votos favoráveis dos 14 vereadores que compõem a bancada de apoio
ao prefeito Francisco José Júnior (PSD), e sete contrários, a Câmara
Municipal de Mossoró (CMM) aprovou, em sessão extraordinária realizada
ontem, 3, o Projeto de Lei Complementar de nº 104, que estabelece um
novo organograma para o Poder Executivo local. A matéria foi aprovada
mesmo com a constatação de inúmeros erros pelos vereadores de oposição,
como, por exemplo, o cálculo das funções gratificadas, totalmente
equivocado.
Os edis destacaram ainda em seus pronunciamentos o aumento nos gastos
com os cargos comissionados a partir da reforma administrativa. O
primeiro a falar durante a apreciação do projeto foi o vereador Lairinho
Rosado (PSB), que apresentou números comprovando o aumento na folha de
pagamento. "Saltaremos de R$ 1,5 milhão para cerca de R$ 1,9 milhão
repassados para os comissionados, um incremento de quase R$ 25% sobre a
folha. Analisando o projeto também podemos perceber erros nos cálculos,
valores que não batem", frisou o parlamentar.
Lairinho ainda
enfatizou que o município já ultrapassou, com o pagamento de pessoal, o
limite prudencial e o limite máximo estabelecido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). "A Lei de Diretrizes Orçamentárias mostra
que de janeiro a abril a Prefeitura gastou 52,29% da receita corrente
líquida com o pagamento de pessoal, sem contar os servidores
terceirizados, que somam 3,8% da receita, totalizando assim 56%, quando o
limite máximo é de 54%. Imagine agora com esse aumento nos gastos com
os comissionados", alertou o edil.
O vereador Alex Moacir (PMDB)
também questionou o aumento nos gastos, e lamentou que, mais uma vez, um
projeto encaminhado pelo município apresente inúmeros erros em seu
texto. "A Prefeitura perde uma excelente oportunidade para readequar os
gastos, e mais uma vez envia a esta Casa um projeto repleto de
incoerências, como no caso da LDO. É preciso ter mais zelo com essas
matérias, pois a equipe técnica do município tem falhado continuamente",
afirmou.
Ainda discursaram, pela bancada de oposição, os vereadores
Vingt-un Neto (PSB), Tomaz Neto (PDT), Genivan Vale (PROS) e Izabel
Montenegro. Pela bancada da situação, o parlamentar Soldado Jadson
(Solidariedade), líder do governo na Câmara, evitou comentar a ampliação
dos gastos com cargos comissionados, elogiando a iniciativa da
Prefeitura em criar secretarias como a da Segurança Pública, Esporte e
Lazer e Transparência. "Temos que destacar também a valorização dos
servidores efetivos, que agora terão um número maior de gratificações,
com valores maiores, entre outros pontos, com a diminuição no número de
cargos comissionados", comentou.
Projeto extingue o Abatedouro
Frigorífico Industrial de Mossoró
Outra polêmica levantada durante a votação do Projeto de Lei nº 104,
de 25 de junho de 2014, foi o artigo que autoriza o município a
extinguir o Abatedouro Frigorífico Industrial de Mossoró (Afim). O
vereador Genivan Vale questionou qual será o destino dos servidores que
hoje trabalham no local, após a liquidação do órgão.
O líder da
situação, Soldado Jadson, justificou que a extinção do Afim só ocorrerá
em caso extremo, com todos os pareceres jurídicos favoráveis. "Está no
projeto, claro, que essa liquidação, se ocorrer, será acompanhada por
órgãos como a Procuradoria Geral do Município. A questão será debatida
com profundidade", garantiu o edil.
Secretário do Desenvolvimento Econômico diz
que todos os erros apontados serão corrigidos
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Ambiental,
Mayrton França, que acompanhou a votação do projeto, todos os erros
apontados pelos vereadores serão analisados e corrigidos.
"O que
houve de fato de erro material foi a soma nas tabelas, que serão
corrigidas e analisadas pela comissão que elaborou a reforma", disse o
secretário, que integrou a equipe responsável pela montagem do projeto.
Mayrton
ainda justificou que o aumento na folha de comissionados gerará um
impacto de 1% no orçamento total destinado para pagamento de servidores.
"Hoje, apenas 8% da folha de pagamento total da Prefeitura é de
comissionados. A partir do projeto vai aumentar 1% em cima disso. Os
vereadores tiveram um cuidado bastante apurado, foi um debate
democrático", relatou.
Vereadores também aprovam auxílio alimentação e
moradia para profissionais do programa "Mais Médicos"
A Câmara também aprovou, na sessão de ontem, o Projeto de Lei nº
1.146, de 24 de junho de 2014, encaminhado pela Prefeitura, que Institui
o auxílio alimentação e o auxílio moradia no âmbito do município de
Mossoró aos profissionais participantes do projeto "Mais Médicos". A
matéria foi aprovada por unanimidade.
Os 18 médicos que estão atuando em Mossoró receberão R$ 1 mil como auxílio moradia, e R$ 500 para gastos com alimentação.
Fonte: O Mossoroense
Maricelio Almeida - Editor interino de Política
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