MOSSORÓ INTEGRA CORREDOR
ECONÔMICO DE DESTAQUE NO BRASIL
O município de Mossoró pertence a um dos dez corredores de riquezas
emergentes no Brasil, formado por cidades com economias semelhantes e
que se apoiam, circulando as mercadorias produzidas. De acordo com a
consultoria Urban Systems, divulgado na revista EXAME, esse eixo
econômico surgiu sem planejamento e é responsável por 37% do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Mossoró compõe o corredor Fortaleza-Mossoró, que inclui também as
cidades de Aquiraz, Aracati, Beberibe, Cascavel, Eusébio, Fortaleza,
Fortim, Icapuí, Pindoretama, do estado do Ceará, e Mossoró e Tibau, no
Rio Grande do Norte.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mossoró, Mairton França,
afirmou que não houve surpresa com a inclusão do município no corredor,
pela dinâmica econômica que a cidade vive.
“Mossoró se tornou uma cidade polo, com uma dinâmica marcada por
outros 62 municípios do Ceará e do Rio Grande do Norte, que tem Mossoró
como apoio. As atividades comerciais em Mossoró são muito dinâmicas.
Temos um relacionamento muito estreito com o Ceará, pelas
características econômicas parecidas”, analisou Mairton França.
O titular da pasta listou quais atividades são responsáveis pelo
desenvolvimento econômico de Mossoró, como o comércio, petróleo,
turismo, fruticultura e a carcinicultura. “Temos turismo de litoral, de
eventos. Mossoró é a cidade do Nordeste com o maior número de eventos.
Tem também o turismo ecológico, e a exportação das frutas aqui
produzidas. São atividades produzidas tanto aqui como no Ceará e muita
gente de lá vem fazer compras em Mossoró, visita a cidade. São
atividades com forte ligação”, comentou.
Além desses setores já consolidados, Mairton apontou a indústria
cimenteira em ascensão e a fabricação de produtos secundários. “Mossoró
começa a despontar com a produção de cimento, tendo duas fábricas
instaladas e mais uma em instalação, e também vamos desenvolver a
produção de produtos secundários deste segmento”, garantiu. O secretário
também cita o trabalho em facções de confecção pela importância na
geração de empregos, seja pequena, média ou grande empresa.
Em 2013, o índice de empregabilidade em Mossoró fechou o ano
positivo. O número de contratações foi maior que o de desligamento, com
850 vagas de saldo.
Dificuldades
Mesmo com um cenário favorável, o secretário de Desenvolvimento
Econômico de Mossoró apontou os gargalos que impedem um crescimento
maior no município da região Oeste. Mairton disse que o transporte é o
principal deles, o que leva o município a interagir economicamente mais
com o Ceará do que com o próprio estado.
“A estrada Mossoró-Fortaleza está com 67% duplicada, sendo mais
confortável, já a Mossoró-Natal não, a estrada é ruim. Se solucionado,
poderíamos estender o corredor até Natal”, e acrescentou, “o aeroporto
de Mossoró não tem linhas comerciais regulares, há uma expectativa de um
novo terminal, mas enquanto isso, perdemos negócios”.
Segundo o secretário, Mossoró “anda com as próprias pernas” e
necessita de um apoio do Governo do Estado. “Temos poucos
relacionamentos com os governos, desenvolvemos com um esforço próprio e
solitário há 18 anos”, alegou.
Ele conta que nesse período, a Prefeitura de Mossoró investiu em
infraestrutura para recuperar a cidade atraindo visitantes e
incentivando um dinamismo comercial. “Deveria ter uma política de
desenvolvimento econômico estadual, com metas, unificado e claro, para
todo o estado. O Mais RN, da Fiern, tenta montar essa política”,
declarou Mairton França.
O secretário relembrou do Prodem, Programa de Desenvolvimento
Sustentável, criado em 2000. A nova gestão municipal deseja retomar os
incentivos de infraestrutura para “estimular a indústria que está
produzindo, criando um ambiente favorável”.
Distritos Industriais
O município de Mossoró possui dois distritos industriais. O distrito
agroindustrial possui quatro fábricas funcionando e tendo uma grande
área desocupada. O segundo distrito fica às margens da BR-304, sendo
este mais ocupado.
“Temos um número pequeno de empresas. Juntos, 40% da área está
ocupada, mas há potencial, queremos tornar totalmente útil. Nos próximos
dias, vamos receber o inventário da área e analisar quais empresas
estão cumprindo ou não os contratos. Aqueles que não estiverem, vamos
saber quais são os planos e se necessário, reaver a área. Há prazos para
instalação e operação das indústrias”, reforçou França.
Futuro
Para o futuro econômico do município, o secretário estuda a
elaboração de um estudo detalhado dos indicadores econômicos de Mossoró.
Ele alegou que na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico não
há um monitoramento.
“Preciso conhecer a fundo a economia do município e não há um
monitoramento de quanto é produzido por setor, o faturamento, os
empregos gerados. Queremos esse estudo e vamos incluir no orçamento de
2015”, garantiu o secretário.
Mairton França afirmou que a economia de Mossoró é dinâmica e com
potencialidades pouco utilizadas por essa falta de conhecimento. “Vamos
saber como podemos desenvolver mais e melhor o município e manter esse
desenvolvimento, junto com o setor público, incentivo do setor privado e
do terceiro setor”, encerrou.
Fonte: Portal no Ar
Por Virgínia França
Por Virgínia França
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