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A educação de uma população possui, sim, grande impacto sobre a
produtividade de um país. Apesar de os efeitos da educação na
produtividade — seja do trabalhador, seja em âmbito geral — não serem
mensurados, é inegável que investimentos nessa área antecedem
crescimentos econômicos. De acordo com a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos últimos dez anos, cerca de metade
do crescimento de países desenvolvidos se deveu a melhor capacitação de
suas populações.
O ranking de produtividade 2013-2014, publicado pelo Fórum
Econômico Mundial (na sigla em inglês WEF), também traz notícias ruins.
O Brasil ficou na 56ª posição entre os 148 países avaliados, atrás de
outros latinos como o Chile (34ª), o Panamá (40ª), a Costa Rica (54ª) e o
México (55ª). Nos primeiros lugares estão Suíça, Cingapura, Finlândia,
Alemanha e Estados Unidos. Segundo o texto do Fórum, a má posição de
nações como o Brasil se deve a “um nível insuficiente de concorrência e
de uma brecha em termos de formação e capacitação, tecnologia e
inovação, a qual impede muitas companhias de avançar para atividades de
maior valor agregado”.
Ao encontro disso, a OCDE alerta que o Brasil, para atingir os
níveis de países desenvolvidos, precisa melhorar o acesso à educação de
qualidade, ao mesmo tempo em que deve resolver gargalos de
infraestrutura e formação dos trabalhadores com vistas a melhorar a
produtividade do país.
O que se observa nas últimas décadas é que o país tem ampliado
muito o acesso aos bancos escolares, contudo, a qualidade da educação
ofertada ainda é questionada. A atenção, destacam estudiosos, deve estar
centrada, principalmente, em dois níveis do aprendizado: ensinos
fundamental e médio.
“Precisamos de uma mudança completa de modelo. O modelo do Brasil é
muito enciclopédico. O que se precisa hoje é muito mais de habilidades
básicas, saber aplicar o conhecimento na prática, saber resolver
problemas, interpretar textos, pontos em que a gente é bem fraco”,
conclui Fernando Veloso, pesquisador da área de Economia Aplicada do
IBRE.
Fonte: Conjuntura Econômica - FGV
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