quinta-feira, 31 de julho de 2014

MÚLTIPLA ESCOLHA
 
 
A educação de uma população possui, sim, grande impacto sobre a produtividade de um país. Apesar de os efeitos da educação na produtividade — seja do trabalhador, seja em âmbito geral — não serem mensurados, é inegável que investimentos nessa área antecedem crescimentos econômicos. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos últimos dez anos, cerca de metade do crescimento de países desenvolvidos se deveu a melhor capacitação de suas populações.
 
O ranking de produtividade 2013-2014, publicado pelo Fórum Econômico Mundial (na sigla em inglês WEF), também traz notícias ruins. O Brasil ficou na 56ª posição entre os 148 países avaliados, atrás de outros latinos como o Chile (34ª), o Panamá (40ª), a Costa Rica (54ª) e o México (55ª). Nos primeiros lugares estão Suíça, Cingapura, Finlândia, Alemanha e Estados Unidos. Segundo o texto do Fórum, a má posição de nações como o Brasil se deve a “um nível insuficiente de concorrência e de uma brecha em termos de formação e capacitação, tecnologia e inovação, a qual impede muitas companhias de avançar para atividades de maior valor agregado”.
 
Ao encontro disso, a OCDE alerta que o Brasil, para atingir os níveis de países desenvolvidos, precisa melhorar o acesso à educação de qualidade, ao mesmo tempo em que deve resolver gargalos de infraestrutura e formação dos trabalhadores com vistas a melhorar a produtividade do país.
 
O que se observa nas últimas décadas é que o país tem ampliado muito o acesso aos bancos escolares, contudo, a qualidade da educação ofertada ainda é questionada. A atenção, destacam estudiosos, deve estar centrada, principalmente, em dois níveis do aprendizado: ensinos fundamental e médio.
 
“Precisamos de uma mudança completa de modelo. O modelo do Brasil é muito enciclopédico. O que se precisa hoje é muito mais de habilidades básicas, saber aplicar o conhecimento na prática, saber resolver problemas, interpretar textos, pontos em que a gente é bem fraco”, conclui Fernando Veloso, pesquisador da área de Economia Aplicada do IBRE.
 
Fonte: Conjuntura Econômica - FGV 
 

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