SALVEMOS O BRASIL
Nunca um velho ditado foi tão oportuno e eficiente: Roubar dos ricos para distribuir com os pobres! Mesmo sendo uma bela fábula tendo como astro principal a figura de um Robin Hood, o tempero já não pega tão somente aos mais ricos. Atua sim, de forma generalizada. Não mais discrimina. Todos os que trabalham ou produzem são vitimas em potencial.
Finalmente, me
respondam, por favor: Qual a função do Estado? Se a Constituição ainda tem
valor, então caberia ao dito cujo, a responsabilidade de arrecadar IMPOSTOS e
retribuir com obras estruturantes, garantir educação com qualidade, saúde
oportuna eficiente, segurança exemplar, além do transporte de massa, estradas,
portos e vias navegáveis, habitação condigna, entre outras.
A carga
tributária brasileira se classifica quase idêntica a países de primeiro mundo;
mas, não podemos desconhecer a continentalidade, que exige muito mais, de modo
a que a sociedade possa igualitariamente usufruir de tais direitos. Em se
elegendo o efeito arrecadatório como simbolismo a tais retribuições, o país
deixa que as regiões sucumbam prematuramente, especialmente o Nordeste e o
Norte.
O antagonismo é
marcante, comparativamente a estas duas regiões. O Nordeste tem água de menos e
o Norte chuva demais. O Nordeste com água pode absorver facilmente uma ruma de
“empregados do governo”, tipificados como detentores de um baixíssimo IDH. Mas,
ao contrário ou na contra mão da história, se estimula o consumismo, o número
de filhos, mantendo a postura indolente de usuários desocupados.
Onde fica o
trabalho, a produção e a renda? Lembro-me de um pequeno trecho guardado nos
meus alfarrábios da vida: Tal como a chuva caída fecunda a terra no estio; e,
para se cultivar a vida O TRABALHO SE INVENTOU. Mas, a condição de absorção da
mão de obra do país chegou ao limite do absurdo. As leis aparentemente procuram
“proteger e defender”, nos seus mais ecléticos e rígidos enunciados. Na contra
mão o mesmo governo burla tais enunciados inventando a figura do trabalho
temporário. Que coisa!
Mas, por que
existe a pobreza? Onde ela finca as suas raízes multiplicadoras? O dilema é
gritante. A modernização via processo eletrônico cria competitividade; mas,
elimina, exclui e joga ao léu a mão de obra. A indústria de base vai muito bem
obrigada, em contrapartida aquelas dos supérfluos lutam para encher as
residências de aparelhos eletrônicos, mais utensílios descartáveis e as ruas de
veículos adquiridos sabe Deus como. A
impressão que dá, contraria a lei da oferta e da procura. Será proposital ou
estamos manipulando com a vaidade humana, para garantir dividendos políticos?
O estimulo a
natalidade pode tornar mais crônica a pobreza? Claro que sim! O ensino
universitário, em detrimento a formação técnica pode contribuir para a miséria?
Claro que sim! A falta de ocupação das crianças e da juventude pode contribuir
com a miséria? Claro que sim! Viver num assentamento com as mãos desocupadas
pode agravar a indolência e tornar duradoura a dependência financeira das esmolas
governamentais? Claro que sim!
O tempo passa e o
país continua no rumo pernicioso da hipocrisia política. É preciso mudar o foco
em caráter de rito sumaríssimo. Faz-se necessário a volta de um modelo de
planejamento. Como acreditar ou antever ações empreendedoras, sem que exista um
Plano Nacional de Desenvolvimento? Como tentar erradicar a pobreza crônica sem
que tenhamos algo de concreto, com o aval de toda a sociedade. Do jeito que a
coisa anda, cada dia mais aumenta o fosso entre os que trabalham e aqueles que
recebem sem nada dar como contribuição ao país. Excluídos
cronicamente ou desassistidos? Eu sei, tu sabes; porém, no todo nem queremos
saber.
* Luiz Soares é Engenheiro Agrônomo, produtor de frutas
irrigadas, no município de Baraúna,
Rio Grande do Norte, e Professor
aposentado da Universidade Federal Rural do Semiarido-UFERSA.
Fonte: Blogo do Borjão
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