ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO MAIS
DO QUE DOBRA E FICA EM R$ 5,7 BI
O superavit primário do setor público consolidado – governos federal,
estaduais e municipais e as empresas estatais – ficou em R$ 5,681
bilhões, em maio, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28)
pelo Banco Central (BC). O resultado de maio é o maior para o mês desde
2011 (R$ 7,5 bilhões).
O superavit primário é a economia que o governo faz para o pagamento de juros da dívida pública.
Em maio do ano passado, o resultado foi menor –R$ 2,653 bilhões. Mas
houve redução em relação a abril deste ano, quando foi registrado
superavit primário de R$ 10,328 bilhões.
De janeiro a maio, o superavit primário chegou a R$ 46,729 bilhões,
contra R$ 62,865 bilhões de igual período de 2012. Em 12 meses
encerrados em abril, o superavit primário ficou em R$ 88,816 bilhões, o
que corresponde a 1,95 % do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos
os bens e serviços produzidos no país.
No último dia 12, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o
governo está comprometido com a meta ajustada de superavit primário –
economia de recursos para pagar os juros da dívida pública – de 2,3% do
PIB.
Originalmente, a meta de superavit primário correspondia a 3,1% do PIB,
mas o próprio ministro admitiu que o governo vai abater do esforço
fiscal R$ 45 bilhões de gastos com o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e de perda de receita com reduções de tributos. Esses
mecanismos, na prática, reduzem o montante que o governo tem de
economizar.
Nos cinco meses do ano, o Governo Central (Banco Central, Tesouro
Nacional e Previdência Social) registrou superavit primário de R$ 32,304
bilhões, enquanto que os governos estaduais apresentaram R$ 12,424
bilhões e os municipais, R$ 2,823 bilhões. As empresas estatais tiveram
deficit primário de R$ 821 milhões, de janeiro a maio deste ano.
O esforço fiscal do setor público não foi suficiente para cobrir os
gastos com os juros que incidem sobre a dívida. De janeiro a maio, as
despesas com juros ficaram em R$ 100,466 bilhões. Em 12 meses encerrados
em maio, esses gastos chegaram a R$ 219,421 bilhões, 4,83% do PIB.
Com os gastos com juros maiores que o superávit primário, o setor
público registrou deficit nominal de R$ 53,737 bilhões, nos cinco meses
do ano, e de R$ 130,605 bilhões ( 2,87% do PIB), em 12 meses encerrados
no mês passado.
O BC informou ainda que a dívida líquida do setor público chegou a
R$1,583 trilhão em maio. Esse resultado correspondeu a 34,8% do PIB, com
redução em relação a abril (35,5%).
Outro indicador divulgado pelo BC é a dívida bruta do governo geral
(governos federal, estaduais e municipais), muito utilizado para fazer
comparações com outros países. No caso da dívida bruta, em que não são
considerados os ativos em moeda estrangeira, mas apenas os passivos, a
relação com o PIB é maior. Em maio, ficou em R$ 2,710 trilhões, o que
corresponde a 59,6% do PIB, elevação de 0,2 ponto percentual em relação
ao mês anterior.
Fonte: UOL Economia
(Com Agência Brasil)
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