PSB RETIRA APOIO À CANDIDATURA
DE RENAN NO SENADO
Senadores do PSB divulgaram nota nesta quinta-feira (30) em
que defendem que o PMDB escolha um candidato à Presidência do Senado
capaz de "recuperar a credibilidade" da Casa.
O grupo de quatro senadores afirma que, além de uma plataforma de
trabalho que resgate a imagem do Senado, o novo presidente precisa
representar o "ideal de renovação" - num recado para que os
peemedebistas não formalizem a indicação de Renan Calheiros (PMDB-AL)
para disputar o cargo.
O PSB integra a coligação de partidos que apoiam o governo federal,
que tem como vice-presidente Michel Temer (PMDB-sP), presidente de honra
do PMDB. Embora a nota não mencione o nome de Renan, senadores do
partido admitem votar contra o peemedebista na eleição para a
Presidência do Senado, marcada para sexta-feira (1).
"Para bom entendedor, meia palavra basta. Não é apenas a questão do
nome [do Renan], mas de todo o processo de escolha do candidato. Estamos
há dois dias das eleições, o PMDB quer escolher o seu nome apenas na
quinta-feira. Não há um processo de ideias. Vamos como carneiros para
essa discussão?", questionou a líder do PSB, senadora Lídice da Mata
(BA).
A nota é assinada pelos quatro senadores do PSB: Lídice, Rodrigo
Rollemberg (DF), Antônio Carlos Valadares (SE) e João Capiberibe (AP).
Segundo a senadora, a bancada vai votar "unida" no novo presidente. O
partido espera que o PMDB escolha outro nome, mas cogita apoiar um
senador "independente" se Renan for mantido na disputa pelos
peemedebistas.
A bancada se irritou depois que a Mesa Diretora do Senado divulgou
tabela em que considera apenas três senadores do partido - uma vez que
Capiberipe assumiu seu mandato no ano passado, depois de ser barrado
pela lei da ficha-limpa. O parlamentar tomou posse de sua cadeira depois
que o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou a validade da lei nas
eleições de 2010.
Com essa divisão de tamanho, o PSB perde a possibilidade de disputar a
quarta-secretaria do Senado com o DEM, que também possui quatro
senadores. A manobra, segundo alguns senadores do partido, poderia ser
estratégia da campanha de Renan para assegurar apoio do DEM na eleição.
Segundo Lídice, na semana passada o comando do Senado havia divulgado
outra tabela em que considerava quatro senadores da sigla. "Não quero
dizer que foi ação de ninguém, mas mudou-se a compreensão das coisas",
afirmou a líder.
A bancada do PMDB se reúne amanhã para formalizar o nome de Renan,
que ainda não se declara candidato. O líder do PMDB é favorito para
ganhar as eleições. Até agora, apenas o senador Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) lançou seu nome na disputa, mas o grupo dos chamados
"independentes" se articula para lançar o senador Pedro Taques (PDT-MT)
na corrida à Presidência do Senado.
Fonte: Folha Online
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