UMA VITÓRIO DO MÉRITO E DA RAÇA
A
ascensão de Joaquim Barbosa a Ministro do Supremo Tribunal
Federal(STF), agora a presidente da Corte, é inquestionavelmente a
vitória da meritocracia sobre o protecionismo, o favoritismo
paternalista.
.
O
primeiro negro a chegar ao topo da pirâmide de um dos três poderes da
República, é um fato histórico da maior relevância, como afirmação de
oportunidade concedida pela democracia e o avanço social desfrutado pelo
Brasil nos últimos sessenta anos, desde Getúlio Vargas, com um longo
intervalo durante a ditadura, retomado com a redemocratização em 1985 e
impulsionado nos governos Lula/Dilma.
A
trajetória de Joaquim Barbosa não deve ter sido fácil numa sociedade
refratária a oportunizar pessoas de sua raça, o obstáculo para chegar
aonde chegou deve ter sido imenso, a declaração de sua mãe por ocasião
da posse do filho no STF: ”Meu filho chegou aonde chegou, por esforço
próprio”, é muito significativa, ela deve ter testemunhado as
dificuldades sofridas pelo filho.
.
Faz-me lembrar de Martin
Luther King quando diz;”Eu tenho um sonho. O sonho de ver meu filho
julgado por sua personalidade, não pela cor de sua pele”. “Suba o
primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo”. Os textos do
herói da luta pelos direitos civis dos negros americanos na década de
sessenta, se encaixa perfeitamente em relação a caminhada do presidente
do STF, acho até que serviram-lhe de inspiração para sua trajetória
vitoriosa. Ele não ficou choramingando por aí, sua condição de negro ou
atrás de cota disso ou daquilo, até por que, na sua época não existiam. Aproveitou muito bem as chances surgidas foi à luta e venceu.
É
um exemplo a ser seguido pelos jovens, especialmente daqueles das
classes menos favorecidas, os excluídos de um modo geral. Nesse
processo, a educação pontificou como elemento essencial para o desenvolvimento social e individual. Estudar é desvendar conhecimentos que abrem as portas das
oportunidades que surgem. Sem educação não há progresso. É
incompreensível os governantes não a colocarem como prioridade em seus
planos administrativos, embora muitos digam ser nas campanhas
eleitorais, quando se elegem, porém, a prática é outra bem diferente.
Mas
voltando a Joaquim Barbosa, há quem o ache arrogante, vaidoso e outros
adjetivos depreciativos. Para nós, no entanto, o vejo como um jurista
rigoroso que coloca a lei acima dos interesses políticos momentâneos.
Quanto a sua postura pessoal entre seus colegas do STF, faz parte da
personalidade forte do presidente, cada qual tem seu próprio modo de
agir. Ninguém é tão perfeito que não cometa erros, nem imperfeito para
nunca acertar.
*Rubens Coelho é Jornalista e editor do Jornal Poranduba.
Fonte: Blog de Herbert Mota
Nenhum comentário :
Postar um comentário