MEUS
ENCONTROS COM
LUIZ GONZAGA
Dia 13 passado, dia da padroeira de Mossoró,
comemorou-se também, em todo o Brasil, os cem anos do nascimento do mais importante artista
popular nordestino, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O oba, oba, foi grande. Gente
que certamente nunca se deu ao prazer de ouvir sequer Asa Branca, o símbolo
maior do artista, entrou na onda a dizer loas e proclamar sua “ paixão” pelas
suas músicas. Mas é assim mesmo, surfar na onda do que está em evidência é a práxis de quem precisa de algo para se
afirmar perante a opinião pública ou restrita. Compreendo a situação, sempre
foi assim e continuará a sê-lo.
Mas vamos ao que
quero dizer. Meu primeiro contato com Luís Gonzaga, foi através do seu programa
na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, na década de cinquenta, às quintas-feiras,
no início da noite, quando eu e meu irmão Ari, religiosamente, ligávamos o
rádio Philips da nossa casa em Milagres, Ceará, e ficávamos ouvindo o programa, atentos, porque de vez em quando a onda fugia
e não ouvíamos mais nada. Não desistíamos e ficávamos até o fim do programa, tristes quando ele cantava: “Vai boiadeiro que
a noite já vem, junta teu gado e vai pra
junto do teu bem”, era o sinal do encerramento da programação daquela
noite.
Em 1954, meu pai
candidato a prefeito de minha cidade, pelo PSP, Partido Social Progressista, recebeu Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira, este candidato a
deputado federal pelo mesmo partido e apoiado pelo meu pai. Aos visitantes foi
oferecido um lauto almoço em nossa residência. Depois Luiz Gonzaga participou de um show num clube local
promovidos pelos correligionários de meu pai. O sucesso foi estrondoso e
Humberto Teixeira, teve grande votação na cidade.
Em 1964, estava
chegando ao Rio de Janeiro, quando desembarquei no aeroporto do Galeão, lá
estava Luiz Gonzaga sozinho encostado no
balcão da extinta empresa aérea Panair.
Fiquei olhando para ele, que me encarou, talvez esperando um cumprimento, mas
minha timidez impediu-me de fazê-lo.
Muitos anos depois, em 1979, fomos, eu e Clarice, assistir um
show numa escola de São Paulo, chamada Equipe, de segundo grau e preparação de
vestibular. O Rei do Baião estava saindo do ostracismo a que fora submetido.
Desta vez, não perdi a oportunidade de conversar com o 'velho' conhecido, de quem fui e continuo sendo
um fã incondicional. Na ocasião revivemos inclusive sua passagem por Milagres, que ele relembrava tudo, inclusive o nome das pessoas que os
receberam na ocasião, do meu pais especialmente. Foi uma noite de glória e saudade para mim.
Infelizmente não tenho nenhum registro desses momentos tão importantes. É uma
pena...!
*Rubens Coelho é Jornalista e editor do Jornal Poranduba
Fonte: Blog de Herbert Mota
Fonte: Blog de Herbert Mota
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