BREVE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA
BRASILEIRA NO ÚLTIMO TRIMESTRE DE 2012
(imagem: Shutterstock
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
recentemente o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre. O
crescimento foi de 0,6% no terceiro trimestre deste ano na comparação
com o anterior, ficando atrás dos países que compõe o BRICS: China
(7,4%), Índia 5,3%, Rússia 2,9% e África do Sul 2,3%. Esse crescimento
foi impulsionado pelo setor agropecuário, deixando a Indústria e o
Serviço com resultados muito inferiores, de acordo ao Instituto.
Com a divulgação desse crescimento abaixo do esperado, o período é de
reflexão sobre aspectos que também interferem no desempenho da
economia, devendo o governo trabalhar em políticas que retomem o
crescimento do Brasil. O primeiro aspecto é a informação divulgada pela
Receita Federal de que a carga tributária em 2011 correspondeu 35,31% do
Produto Interno Bruto (PIB). Para um mundo globalizado e competitivo,
esse índice é um fator de influência direta no relacionamento comercial
internacional e que tira competitividade das empresas nacionais.
O segundo aspecto na divulgação do desempenho foi a redução na taxa
de investimento de 18,7% do PIB, menor do que ao igual período do ano
passado que ficou em 20%. Esse índice aponta a condição da aplicação de
capital em meios de produção, onde as empresas tiveram mais dificuldades
para canalizarem recursos para ampliação das suas operações, com
reflexos diretos na geração de renda e postos de trabalho.
E o terceiro ponto é quanto à taxa de poupança divulgada de 15,6%
sobre o PIB, menor que o trimestre do ano anterior que foi de 18,8%. A
redução representa várias questões e têm como reflexo a mudança do
cálculo dos rendimentos, reduzindo às perspectivas de ganhos nas
aplicações, e em outro aspecto a fraca capacidade de acúmulo de capital
para a geração investimentos a custos mais compensadores na contratação
dos recursos
Como estamos finalizando 2012, o momento é propício para que o
governo planeje políticas que revertam o resultado destas variáveis, com
uma visão de longo prazo. Embora tenhamos registros de empresas
internacionais desembarcando no Brasil, elas vêm para atenderem demandas
da economia interna.
O desafio nacional é promover condições para que as empresas
instaladas em solo brasileiro se tornem competitivas em um mercado
globalizado. Sem esse princípio, dificilmente os próximos índices a
serem divulgados vão se diferenciarem. O efeito será a promoção de renda
interna e, para que isso ocorra, são necessárias ações que atuem na
área da educação, na oferta de recursos para investimentos, na
infraestrutura logística do país e principalmente na adequação do
tamanho da carga tributária brasileira se aos mesmos tamanhos das cargas
tributárias praticadas em países que estão com vantagens competitivas
em relação ao Brasil.
* Daniel M. Gil é Economista e Consultor da Gerencial Auditoria e Consultoria
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