segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Por Daniel M. Gil*


 BREVE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA

 BRASILEIRA NO ÚLTIMO TRIMESTRE DE 2012

 (imagem: Shutterstock

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre. O crescimento foi de 0,6% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o anterior, ficando atrás dos países que compõe o BRICS: China (7,4%), Índia 5,3%, Rússia 2,9% e África do Sul 2,3%. Esse crescimento foi impulsionado pelo setor agropecuário, deixando a Indústria e o Serviço com resultados muito inferiores, de acordo ao Instituto.

Com a divulgação desse crescimento abaixo do esperado, o período é de reflexão sobre aspectos que também interferem no desempenho da economia, devendo o governo trabalhar em políticas que retomem o crescimento do Brasil. O primeiro aspecto é a informação divulgada pela Receita Federal de que a carga tributária em 2011 correspondeu 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB). Para um mundo globalizado e competitivo, esse índice é um fator de influência direta no relacionamento comercial internacional e que tira competitividade das empresas nacionais.

O segundo aspecto na divulgação do desempenho foi a redução na taxa de investimento de 18,7% do PIB, menor do que ao igual período do ano passado que ficou em 20%. Esse índice aponta a condição da aplicação de capital em meios de produção, onde as empresas tiveram mais dificuldades para canalizarem recursos para ampliação das suas operações, com reflexos diretos na geração de renda e postos de trabalho.

E o terceiro ponto é quanto à taxa de poupança divulgada de 15,6% sobre o PIB, menor que o trimestre do ano anterior que foi de 18,8%. A redução representa várias questões e têm como reflexo a mudança do cálculo dos rendimentos, reduzindo às perspectivas de ganhos nas aplicações, e em outro aspecto a fraca capacidade de acúmulo de capital para a geração investimentos a custos mais compensadores na contratação dos recursos

Como estamos finalizando 2012, o momento é propício para que o governo planeje políticas que revertam o resultado destas variáveis, com uma visão de longo prazo. Embora tenhamos registros de empresas internacionais desembarcando no Brasil, elas vêm para atenderem demandas da economia interna.

O desafio nacional é promover condições para que as empresas instaladas em solo brasileiro se tornem competitivas em um mercado globalizado. Sem esse princípio, dificilmente os próximos índices a serem divulgados vão se diferenciarem. O efeito será a promoção de renda interna e, para que isso ocorra, são necessárias ações que atuem na área da educação, na oferta de recursos para investimentos, na infraestrutura logística do país e principalmente na adequação do tamanho da carga tributária brasileira se aos mesmos tamanhos das cargas tributárias praticadas em países que estão com vantagens competitivas em relação ao Brasil.
 
* Daniel M. Gil é Economista e Consultor da Gerencial Auditoria e Consultoria

 
 

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