APESAR DO AVANÇO, BRASIL CONTINUA ENTRE OS
12 PAÍSES MAIS DESIGUAIS, SEGUNDO IPEA
O Brasil atingiu em 2011 o menor nível de desigualdade social já
verificado desde o início das séries históricas, em 1960. Mesmo assim, a
desigualdade brasileira está entre as 12 mais altas do mundo. Os dados
foram divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto de Política
Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo "A década inclusiva", apresentado pelo presidente do Ipea,
Marcelo Neri, usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Não há, na história brasileira estatisticamente documentada desde
1960, nada similar à redução da desigualdade de renda observada desde
2001", disse Neri. "Assim como a China está para o crescimento
econômico, o Brasil está para o crescimento social."
A diminuição da desigualdade é medida pelo coeficiente de Gini, que
passou de 0,594 em 2001 para 0,527 em 2011. No índice, quanto mais perto
de zero menor a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres do
país. "O Brasil está no ponto mais baixo da desigualdade, embora ela
ainda seja muito alta", ressaltou o presidente do Ipea.
O salário dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2%
entre 2001 e 2011. O movimento engloba cerca de 23,4 milhões de pessoas
saindo da pobreza. Já a renda dos 10% mais ricos aumentou 16,6% no
período, de forma que a renda dos mais pobres cresceu 550% sobre o
rendimento dos mais ricos.
Crescimento dos salários e peso do Bolsa Família
O crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria,
aponta o estudo. É o que responde por 58% da diminuição da desigualdade.
Em segundo lugar vem os rendimentos previdenciários, com 19% de
contribuição, seguido pelo Bolsa Família, com 13%. Os 10% restantes são
benefícios de prestação continuada e outras rendas.
Neri ressaltou que, dentre todos os vetores para a diminuição da desigualdade, o Bolsa Família é o mais eficaz, do ponto de vista fiscal.
Neri ressaltou que, dentre todos os vetores para a diminuição da desigualdade, o Bolsa Família é o mais eficaz, do ponto de vista fiscal.
"Se todos os recursos pudessem ser canalizados à mesma taxa para o
Bolsa Família, ao invés da previdência, a desigualdade teria caído mais
362,7%", exemplificou Neri no estudo.
A disparidade de renda entre brancos e negros também se alterou. Segundo os dados apurados pelo Ipea, a parcela da população que se declara como negra teve crescimento da renda de 66,3% nos 10 anos. Maior variação foi apurada entre os pardos (85,5%). Entre os brancos, o crescimento foi de 47,6%.
O recorte por regiões mostra que no Nordeste a renda subiu 72,8%, enquanto no Sudeste cresceu 45,8%, sempre no mesmo período de comparação. O estudo conclui que houve queda de 3,2% no coeficiente de Gini entre junho de 2011 e o mesmo mês de 2012, tendo como base dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.
A disparidade de renda entre brancos e negros também se alterou. Segundo os dados apurados pelo Ipea, a parcela da população que se declara como negra teve crescimento da renda de 66,3% nos 10 anos. Maior variação foi apurada entre os pardos (85,5%). Entre os brancos, o crescimento foi de 47,6%.
O recorte por regiões mostra que no Nordeste a renda subiu 72,8%, enquanto no Sudeste cresceu 45,8%, sempre no mesmo período de comparação. O estudo conclui que houve queda de 3,2% no coeficiente de Gini entre junho de 2011 e o mesmo mês de 2012, tendo como base dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.
Imagem de Belíndia continua
"A imagem da Belíndia continua exata", disse Neri, referindo-se ao
termo cunhado por Edmar Bacha. O neologismo tentava demonstrar que os
ricos brasileiros viviam em um país semelhante à Bélgica, enquanto os
mais miseráveis estavam em situação semelhante à população pobre da
Índia.
"A diferença é que agora os pobres brasileiros crescem a taxas indianas, enquanto os ricos crescem como os países europeus."
Fonte: UOL Economia
(Com informações do Valor)
So Uol, em São Paulo
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