PEPEU LISBOA: "ROBINSON NÃO TEM
EQUILÍBRIO EMOCIONAL E PROPOSTAS"
Para
o prefeito de Passa e Fica, Pepeu Lisboa (PMDB), Robinson Faria,
candidato do PSD, não tem condições para ser governador do Rio Grande do
Norte. Pepeu vê em Robinson falta de equilíbrio emocional e propostas
para convencer o eleitor. A opinião de Pepeu seria apenas mais uma entre
tantas, não fosse ele um dos mais antigos aliados de Robinson e um dos
que mais conhecem a trajetória e as ideias do candidato do PSD.
Pepeu Lisboa e Robinson Faria se conhecem desde a década de 1970 e
foram aliados de 1992 a 2010. São 18 anos de parceria no campo político,
desfeita há quatro anos. Segundo o prefeito de Passa e Fica, Robinson
não tem os predicados necessários para se tornar governador. “Falta a
Robinson o equilíbrio emocional, algo que vem se mostrando nessa
campanha de ataques que ele vem fazendo.
“Além disso, Robinson não tem proposta. O que nós vemos no programa
dele é algo muito matemático, ensaiadinho, apenas para a eleição”,
aponta Pepeu Lisboa.
Outro ponto que descredencia o vice-governador de Rosalba, na opinião
do prefeito de Passa e Fica, é o recente apego ao Partido dos
Trabalhadores.
Robinson, em decorrência de ter viabilizado sua candidatura junto ao
PT para compor a chapa majoritária, tem desfilado “um petismo doente”,
nas palavras de Pepeu. Contudo, para quem acompanhou toda a trajetória
do vice-governador, a adesão não faz sentido. “Eu nunca vi Robinson
defender o PT em tantos anos de convivência. Esse amor pelo PT que ele
tem agora é algo muito superficial, eleitoral mesmo”, questiona o
prefeito.
Essa junção entre Robinson e o PT, para Pepeu, é o chamado
“acordinho”, em contraposição ao “acordão” que o candidato do PSD usa
para atacar o seu adversário, Henrique Alves. “Robinson fez o acordinho,
que foi essa junção artificial, sem espontaneidade”, critica. Uma
aliança que, na opinião de Pepeu só existe porque o acordo com o PMDB
não foi possível. “Robinson está querendo ser governador agora porque
não foi possível acomodá-lo na chapa do PMDB da forma como ele queria.
Apenas por isso”, complementa.
A atitude é condizente, de acordo com Pepeu Gomes, com a história
política do vice-governador de Rosalba. “Robinson fez parte da base de
Geraldo Melo, apoiou Lavoisier Maia, e mudou pra José Agripino quando
Agripino ganhou a eleição. Ficou meio que na oposição durante Garibaldi,
mas apoiou logo Wilma quando ela ganhou pra governadora”, relembra
Pepeu.
Além disso, em toda a história de Robinson Faria, apesar de ele ter
sido presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, não há
grandes projetos nem grandes obras conseguidas para a sua região, o
Agreste. “Robinson diz que é do Agreste, mas ele não nasceu na região.
Hoje nem mesmo família ele tem lá. E obras de grande repercussão, de
impacto, não têm lá feitas com o trabalho dele. O que tem é coisa
pontual”, complementa.
“Robinson nunca levou obra importante ao Agreste”
Robinson Faria, enquanto deputado estadual, nunca levou nenhuma obra
ou projeto de impacto para o Agreste. Essa é a opinião do prefeito de
Serrinha, Fabiano de Souza (PMDB), que é presidente da Associação dos
Municípios do Litoral e Agreste Potiguar (Amlap). “Faltam obras
estruturantes ao trabalho de Robinson pelo Agreste. Ele nunca fez nada
de realmente estruturante para mudar a situação da região, que hoje tem
as mesmas dificuldades na parte da produção que vem tendo há muitos
anos”, explica Fabiano.
A região do Agreste do Rio Grande do Norte tem como principais fontes
de renda a monocultura da cana-de-açúcar, a pecuária e o cultivo da
mandioca. A tríade vem sendo o que sustenta parte da região há muitos
anos e não houve até hoje nenhum projeto apresentado para diversificar a
fonte de renda da população do Agreste. Esse é o trabalho que faltou ao
vice-governador, segundo Fabiano de Souza.
“O distrito industrial de Monte Alegre, por exemplo, que só saiu
agora, era algo que poderia ter sido encampado por um deputado do
Agreste. E nesse caso pelo menos não houve nenhum empenho da parte do
vice-governador”, diz o prefeito de Serrinha. Uma das bandeiras usadas
por Robinson Faria em sua campanha é justamente a atração de indústrias e
o crescimento econômico do Estado. “Difícil acreditar quando a pessoa
não fez nem pela terra dele”, aponta Fabiano de Souza.
O prefeito dá ainda outros exemplos. “A barragem de Bujari em Nova
Cruz é algo que a comunidade precisa bastante, há tempos, e não houve
empenho de Robinson. Estamos fazendo também um esforço conjunto pra
conseguir resolver o problema da destinação dos resíduos sólidos na
região, e também no litoral. Todos esses são problemas que a região
sempre teve”, lista.
Fonte: Jornal de Hoje
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