UFERSA ABRE ESPECIALIZAÇÃO
VOLTADA PARA COMBATE AO RACISMO
A Universidade Federal Rural do
Semi-Árido avança nas políticas de ações afirmativas. No último sábado,
13, aconteceu a abertura do curso de especialização UNIAFRO: promoção da
igualdade racial na escola. Os alunos, a maioria professores da rede
pública, de 17 municípios do Estado aonde há comunidades remanescentes
quilombolas (Ceará-Mirim, Parnamirim, Macaíba, Pedro Avelino, Ipanguaçu,
Assu, Patu, Portalegre, Touros, Poço Branco, Parelhas, Currais Novos,
Lagoa Nova e São Tomé), foram recepcionados com roda de capoeira, no
hall do restaurante universitário, durante café da manhã.
A
pós-graduação tem como proposta fazer valer as diretrizes das relações
étnicorraciais com a valorização da cultura afrobrasileira. “Esse é um
momento especial ao vê a Ufersa colocar em prática a Lei 10.639, afirmou
a professora da Ufersa Ady Canário, coordenadora da Coordenação Geral
de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social – Caadis, e vice
coordenadora da especialização. A meta, adiantou a professora Ady
Canário, é chegar ao curso de mestrado. “Em 2011 começamos com um curso
de aperfeiçoamento que dentro da formação continuada se torna uma
especialização e quem sabe um futuro mestrado”, afirmou. A Lei 10.639
versa sobre o ensino da história e da cultura afrobrasileira e africana,
e ressalta sobre a importância da cultura negra na formação da
sociedade brasileira.
A
especialização UNIAFRO é o primeiro curso de pós-graduação na
modalidade a distância oferecido pela Ufersa. “Investir na formação
continuada de professores da rede pública de ensino também é papel da
Universidade”, afirmou a professora Katia Cilene, coordenadora do Comitê
Institucional de Formação Conituada da Profissionais do Magistério da
Educação Básica. A aula magna foi proferida pelo professor da Ufersa
Câmpus Pau dos Ferros, Emanuel Freitas da Silva, que bordou o tema:
Educação escolar: a produção da invisibilidade do vísivel.
A
especialização UNIAFRO na Ufersa recebe o fomento do MEC/SECADI, e
contou na abertura com a participação em vídeo da Profª Macaé Evaristo
Secretária do MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação.
Confira o vídio AQUI.
Presente
na abertura da especialização, o reitor da Ufersa professor José de
Arimatea de Matos, inalteceu a necessidade das Universidade serem
ocupadas em maior número por negros. Atualmente, o percentual de
estudantes negros é de apenas 11%. O reitor ressaltou o programa de
cotas, a interiorização das universidade e a adoção de políticas de ação
afirmativas, com por exemplo, a Caadis, as licenciaturas Letras Libras e
Educação do Campo, como alternativas para mudar essa realidade.
“Trabalhar para a formação dos professores representar melhorar o ensino
básico do país”, considerou o reitor. Arimatea de Matos.
Diante
dos empecilhos e dificuldades enfrentadas pela população negra no
decorrer da trajetória histórica, o professor da especialização, Lincoly
de Jesus Alencar, considerou a pós-graduação como “sonho realizado”. “O
nosso objetivo é construir um ambiente de promoção de igualdade racial
principalmente no âmbito do ambiente escolar”, reforçou o coordenador da
pós-graduação, professor Luiz Gomes Filho.
A
coordenadora de comunicação do DCE, Rayane Cristina alertou para a
importância da Universidade receber mais negros e negras. “Precisamos
trazer o debate sobre a realidade da população negra para sala de aula,
usar a educação para enfrentar a violência e o racismo existentes na
sociedade”, pontuou.
CURSO
A especialização UNIAFRO: promoção da igualdade racial na escola tem
carga horária de 360 horas/aula, sendo ministrada na modalidade
semipresencial. A duração é de 10 meses, totalizando 10 módulos. O corpo
docente é formado por 10 professores, sendo 5 da Ufersa e os demais de
instituições parceiras (UERN, UnP e Secretaria Estadual de Educação). A
pós-graduação tem 100 alunos matriculados.
Os
módulos vão abordar as temáticas: Introdução a educação a distância;
escravidão na história da humanidade; comunidades quilombolas;
condicionantes legais para educação das relações étnicorraciais;
educação, identidade e relações étnicorraciais; relações étnicorraciais
no Brasil e educação antirracistas; educação das relações étnicorraciais
e a construção do currículo escolar; material didático para educação
das relações étnicorraciais; literatura afrobrasileira e, políticas de
ação afirmativas.
Fonte: Assessoria de Comunicação da UFERSA
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