MIOPIA DE CARLOS AUGUSTO
Conhecido como um dos maiores estrategistas políticos da história
recente do Rio Grande do Norte, Carlos Augusto Rosado admitiu estar
politicamente míope. Isso mesmo. A confissão foi feita aos jornalistas
Gutemberg Moura e Carlos Scarlack.
Não estava na conversa, nem sou um carlosaugustológo (especialista em
especular os atos do marido da governadora), mas pelo pouco que conheço
e percebo nos raros diálogos que tive com ele tenho certeza que foi a
mais pura e fina ironia.
Carlos jamais admitiria a dois jornalistas que falhou.
Carlos jamais admitiria a dois jornalistas que falhou.
Mas
o fato é que ironias à parte, a declaração merece ser analisada em
profundidade. Talvez ser o subconsciente do ex-deputado estadual que um
dia presidiu a Assembleia Legislativa e realizou o sonho de governar o
Rio Grande do Norte através do carisma da esposa.
Sou um ex-usuário
de óculos fundo de garrafa e sei bem como é complicado ser míope. Você
não consegue enxergar o que vem de longe. Vê tudo embaçado, conforme a
distância, isso aumenta.
No caso, a miopia de Carlos Augusto foi política e administrativa.
Primeiro,
ele ignorou a história e os fatos. Num Estado pequeno como o Rio Grande
do Norte não se governa sem ter um alinhamento político com o Governo
Federal. O último governador formalmente adversário do presidente da
República foi monsenhor Walfredo Gurgel lá no final dos anos 1960.
De
lá para cá todos os governadores foram aliados do poder central.
Rosalba e Carlos Augusto tiveram todas as deixas para mudar de lado. Nos
dois primeiros meses de 2011 eles receberam visitas de mais de dez
ministros. Nunca tantos estiveram aqui em tão pouco tempo. Um grande
recado ainda mais quando se estava em curso a criação de um partido, o
PSD, que tinha por finalidade receber ex-integrantes da oposição, boa
parte do DEM. Carlos não entendeu o recado.
Mais à frente ele teve a
chance de ter um partido para chamar de seu em nível estadual e não saiu
do DEM levando a esposa governadora a tiracolo. Ele viu o cenário de
forma embaçada há um ano e não percebeu que o DEM não daria à
governadora o direito de tentar a reeleição.
Administrativamente a
miopia política ganha a companhia do termo estilo centralizador. Ao
tratar o Governo do Rio Grande do Norte como a Prefeitura de Mossoró,
Carlos Augusto se enrolou.
Perdeu apoios das lideranças mais importantes
do Estado e encara o isolamento político.
A incapacidade de não
entender a mentalidade da classe trabalhadora levou o governo do DEM a
bater de frente com os sindicatos aumentando o desgaste da atual gestão.
O profundo isolamento fez com que o rosalbismo ficasse de fora de uma eleição mesmo tendo o Governo do Estado nas mãos.
Mais
que isso. O rosalbismo corre um sério risco de pela primeira vez ficar
sem mandato. Tudo dependerá da multiplicação do único voto declarado
pela governadora Rosalba Ciarlini nas eleições deste ano: no sobrinho
por afinidade Betinho Segundo (PP), que tenta ser deputado federal.
Esses
fatos mostram que a irônica miopia política de "Ravengar" pode ser
encarada como algo real por quem ouviu ou leu a declaração. O líder do
rosalbismo foi míope durante os últimos quatro anos.
Fonte: O Mossoroense
Por Bruno Barreto
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