O POVO, A CEREJA DO BOLO
Graças a Deus, me foi dada a oportunidade de ficar fora desta campanha política absolutamente maluca que Mossoró está vivendo sem saber o que pode e o que não pode. É a antidemocracia em curso, com exacerbação das práticas e da lei. Uma campanha de 20 dias com uma Semana Santa pelo meio e, como se não bastasse este feriadão, onde a cidade se muda para Tibau e alhures, a folga na campanha foi antecedida pela falha injustificável de ter chegado a data de início da campanha sem que fossem liberadas as contas bancárias e, em alguns casos, os CNPJs, que são pré-condições para se por nas ruas bandeiras, carros de som, cartazes, panfletos e tudo que significa divulgação, essência do regime democrático. Postas na rua, de forma mais que capengas, algumas campanhas foram truncadas pela volta do festival de impugnações. Larissa pode, mas não pode. Cláudia não pode, mas pode. Larissa vai seguir em marcha batida por conta e risco, até que o TSE se digne a olhar de cima do Olimpo onde se posta, se Mossoró existe no mapa do Brasil e se merece alguma atenção dos seus deuses e deusas de fancaria, melhor dizendo, dos seus faraós embalsamados que resolveram tirar do povo o direito de escolha, transformando essa brincadeira de mau gosto, o “cassa e descassa”, numa verdadeira indústria que, pior que as salsichas, como no dizer de Bismarck, ninguém sabe como são feitas nem do que são compostas, pois se o povo o soubesse... Não bastasse o jeito salsicheiro de fazer leis, pior ficou o jeito de aplicá-las num tempo em que o Judiciário se arvora o direito à deificação. Além de Larissa, a prefeita cassada Cláudia Regina vive também a insegurança jurídica. Mais uma vez atingida pela caneta do magistrado, está proibida até de entrar nas redes sociais.
Há exatamente um ano, participei ativamente de uma eleição suplementar na Serra do Mel, a apenas 30km de Mossoró, na mesma comarca e fazendo parte da 34.ª Zona Eleitoral... de Mossoró. O prefeito eleito e cassado, Manuel Cândido, não pôde ser candidato, mas teve o direito à palavra. Era ele quem encerrava todos os comícios a candidata Dona Francisca, sua esposa. A eleição foi vergonhosamente roubada, fraudada, vilipendiada, esculhambada, com os órgãos da lei e da força beneficiando descaradamente o prefeito Fabinho, que ora se encontra cassado, mas continua administrando e se locupletando dos bens públicos.
A mesma Justiça tão rigorosa com Manuel Cândido, não vê, não ouve, não fala... Assim segue a eleição suplementar de Mossoró. Uma grande piada. Depois da Semana Santa, chegará a vez dos sete programinhas eleitorais gratuitos de rádio e TV. Quem poderá falar, quem poderá ser visto(a)? Três candidatos, reconhecidamente pobres de dinheiro, mesmo que cheios de boas propostas, não poderão levar ao ar programas de qualidade técnica e terão um tempo “à Enéias”, para não dizerem nada que permita terem suas boas propostas conhecidas. As duas candidatas estruturalmente mais fortes não poderão ir ao ar. Então, que se decida de uma canetada olímpica, o nome de quem poderá governar 50 milhões mensais. E depois, aguarde-se um novo festival de cassações... Sou dos que lutaram pelo direito do povo escolher. Prefiro continuar pensando assim. Não me anima um sistema em que o povo só está servindo de enfeite, a cereja do bolo. Ou seja, em bom português, estão fazendo o povo mossoroense de idiota.
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