SECRETÁRIA DO TESOURO DESCARTA
RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS
DOS MUNICÍPIOS
A equipe econômica não está disposta a abrir novas negociações de
dívidas dos municípios nos moldes das renegociações com os estados,
disse hoje (28) a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi.
Segundo a secretária, não existe espaço fiscal para novas concessões por parte da União, e as prefeituras já estão sendo beneficiadas pela troca dos indexadores das dívidas.
Segundo a secretária, não existe espaço fiscal para novas concessões por parte da União, e as prefeituras já estão sendo beneficiadas pela troca dos indexadores das dívidas.
Ana Paula destacou que o
Tesouro Nacional tem aproveitado a mudança na correção das dívidas para
reavaliar condições e corrigir eventuais distorções nos débitos das
prefeituras. “Existem vários municípios assinando aditivos com revisões
de contratos dentro da mudança do indexador”, explicou.
De acordo
com a secretária, a meta de déficit primário de R$ 170,5 bilhões
aprovada pelo Congresso para este ano não comporta nenhuma nova
renegociação de dívidas. “Somente a renegociação com os estados terá
impacto de R$ 20 bilhões neste ano e foi feita tendo essa meta como
baliza.”
Ana Paula ressaltou que a meta de déficit primário para
este ano foi definida com base em revisões realistas que reduziram a
estimativa de arrecadação, afetada pela crise econômica e aumentaram a
projeção de despesas obrigatórias, que o governo não pode deixar de
cumprir. “Colocamos na mesa a situação real e definimos a nova meta.
Este é o primeiro passo para resgatar a credibilidade. Até por isso, não
há folga para mais nada”, afirmou.
O déficit primário é o
resultado negativo nas contas do governo sem considerar o pagamento dos
juros da dívida pública. A secretária do Tesouro assegurou que o órgão
está acompanhando constantemente as contas públicas e que essa meta não
será novamente revista. “O monitoramento da meta é uma questão central
para o Tesouro”, acrescentou.
Sobre a meta fiscal para 2017, a
secretária do Tesouro disse que a equipe econômica ainda está
reavaliando as estimativas de receitas e despesas para enviar o novo
número ao Congresso no início de julho. “Se a meta for enviada nesse
prazo, dá para votar a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] até o dia
17 [de julho], como o Congresso está querendo”, declarou.
Originalmente,
o projeto da LDO para o próximo ano estabelecia déficit de até R$ 65
bilhões. No entanto, com a revisão dos parâmetros da economia, o
resultado negativo para 2017 poderá ficar em torno de R$ 100 bilhões.
Desde 2014, o setor público (União, estados, municípios e estatais)
registra déficit primário.
Fonte: Agência Brasil
Por Wellton Máximo
Edição Nádia Franco
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