ISSO É UM ABSURDO!
CRISE FINANCEIRA SE AGRAVA E FUNDAÇÃO
VINGT-UN ROSADO PODE ENCERRAR ATIVIDADES
A cada dia a crise financeira enfrentada pela Fundação Vingt-un Rosado,
mantenedora da Coleção Mossoroense, maior editora do Brasil em número de
títulos publicados, se agrava. Após ter os serviços de internet e
telefone suspensos, a energia elétrica da entidade foi cortada na última
terça-feira, 27.
Soma-se a isso o atraso no pagamento dos
funcionários e no aluguel do prédio onde a sede está instalada, despesas
que poderiam ser quitadas caso os valores referentes ao convênio
firmado com a atual administração da Prefeitura Municipal de Mossoró
(PMM) fossem repassados em dia.
"Até o momento só recebemos uma
parcela do convênio, firmado a partir do mês de maio, ou seja, R$ 10
mil. Nossas dívidas devem estar em torno de R$ 80 mil. É uma situação
muito complicada, está cada vez mais difícil manter a Fundação em
funcionamento.
Conversei com Julierme Torres (secretário de Comunicação
Social da PMM), que ficou de dar uma resposta sobre o repasse, mas até
agora nada foi dito", lamenta o diretor da Fundação Vingt-un Rosado,
Dix-sept Sobrinho.
Caso os valores não sejam repassados, a
instituição que leva o nome de um dos maiores pesquisadores do Rio
Grande do Norte, abrigando atualmente mais de 150 mil livros,
responsável pela Coleção que já publicou mais de 4,5 mil livros e lançou
mais de dois mil autores, entre eles nomes consagrados como Dorian
Jorge Freire e Raimundo Soares de Brito, poderá encerrar suas
atividades, uma vez que as dívidas se acumulam, gerando inúmeras
despesas.
Na gestão anterior, o convênio mantido com a Prefeitura era
de R$ 19 mil mensais, porém a atual administração reduziu o repasse
para R$ 10 mil por mês, com vigência de maio a dezembro, totalizando R$
80 mil, ou seja, reduzindo-o em mais de 50% em relação aos anos
anteriores. A situação chegou a um nível tão crítico que o diretor
Dix-sept Sobrinho já pensa em deixar o comando da Fundação.
"Acredito
que dei minha contribuição, fiz o que pude, coordenei o momento de
transição após a morte de Vingt-un Rosado, mas hoje não dá mais para
continuar. Tive problemas de saúde recentemente, tenho outras
responsabilidades e não posso mais continuar comprometendo o meu próprio
patrimônio para manter a Fundação.
No mês de setembro será lançado um
edital para eleição da nova diretoria, e já decidi que não serei mais
candidato", revela.
Dix-sept Sobrinho destaca ainda que alguns
projetos, como o Rota Batida, têm possibilitado a manutenção da entidade
temporariamente. "Conseguimos o patrocínio da Petrobras e da Cosern, o
que nos deu um gás para a execução do Rota Batida.
Também contamos com o
apoio de empresários, compreensão de pessoas como o proprietário da
casa onde a Fundação está instalada, pois o nosso aluguel está atrasado
há cinco meses", pontua.
A reportagem tentou contato com o secretário
de Comunicação Social, Julierme Torres, e com a titular da
Controladoria Geral do Município, Maria de Fátima Oliveira, para obter
um posicionamento a respeito do atraso no repasse à Fundação Vingt-un
Rosado, mas não obteve êxito nas tentativas.
Fonte: O Mossoroense
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