terça-feira, 22 de junho de 2010

´SOCIÓLOGO EMIR SADER APRESENTA "O BRASIL QUE QUEREMOS"


Os estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido lotaram o auditório do CTARN para ouvir o sociólogo e escritor, professor Emir Sader. A palestra aconteceu ontem à noite, 21, numa promoção do Grupo de Estudo em Direito Crítico, Marxismo e América Latina. Durante quase duas horas, o professor Emir Sader apresentou ‘“O Brasil que queremos”.

O sociólogo pontuou questões relacionadas ao avanço social no país alertando sobre os novos rumos que o país poderá tomar dentro de três meses. “A universidade é o local ideal para se discutir os problemas do Brasil e somos nós que vamos decidir pela continuidade ou não”, afirmou Sader se referindo ao governo Lula.

Apesar dos avanços obtidos, o sociólogo o Brasil continua sendo o país mais desigual e também mais injusto do mundo. “Não somos o mais pobre, nem o mais rico. A diferença está entre a desigualdade existente entre as duas classes”, considerou.

Para Amir Sader, o Brasil se tornou menos injusto nos últimos anos e essa é a questão que devemos considerar. Segundo ele, o Brasil do regime militar e da década de 90, sem nenhuma dúvida, era bem mais rico, porém muito mais injusto. “A riqueza era mal distribuída e muita coisa aconteceu para mudar esse quadro de injustiça e exclusão”, afirmou.

A grande imprensa, na opinião de Emir Sade, é a maior opositora do governo que tem mais de 80% de aprovação popular. Segundo ele, fala mal, mas não se mostra a realidade do país. “Precisamos acabar com a ditadura da imprensa privada, pois a democracia não pode ser financiada por empresas privadas”, considerou.

Para o sociólogo, a aliança do Brasil com os países da América do Sul é outro diferencial positivo, além da abertura para o livre comercio com a China. “O Brasil não é mais sócio privilegiado dos Estados Unidos”, disse, “temos que lutar por um mundo multipolar, com várias potências”, defendeu.

A prioridade dada a questão social é o grande diferencial. “A ideia de desenvolvimento com a distribuição de renda aumentou o poder de consumo das pessoas de classes sociais mais populares”, afirmou. Segundo Emir Sade, antes se governava para 1/3 da população, numa política de total exclusão da cidadania. A expansão do ensino universitário e institutos federais e outra conquista. “O Estado deixou de ser mínimo, ampliou a sua ação e atuação também”.

Apesar dos avanços, o sociólogo aponta para outras questões que precisam mudar. O capital financeiro é uma delas. “Compra e venda de papel não produz riqueza, não paga imposto, não gera emprego. Hoje, os empresários continuam ganhando mais dinheiro na bolsa que na sua indústria”, criticou.

O agronegócio é outro setor que necessita de mudanças. Para Emir Sade o país precisa aumentar a produção para o consumo interno. A ampliação da produção de soja transgênica é criticada pelo sociólogo por considerar que exclui outras culturas e danifica a terra. A reforma agrária para pequenos produtores no campo é outro setor que carece de avanço.

Fonte: Passos Junior - Assessoria de Comunicação da UFERSA

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