segunda-feira, 28 de junho de 2010

POR RAMON ALVES*

CAMINHOS PARA O RN

Ontem ocorreram as convenções eleitorais que homologaram as candidaturas de Carlos Eduardo Alves (PDT) e de Rosalba Ciarlini (DEM) em dist
intos pólos rumo ao governo do Rio Grande do Norte. A eleição estadual tem sua peculiaridade. Enquanto todo o Nordeste está expulsando o antigo PFL - partidos dos velhos coronéis e da oligarquia atrasada -, Rosalba lidera nas intenções de voto.

A convenção de Carlos Eduardo deu claras demonstrações da distinção que faremos nos próximos meses. Temos dois bons desafios. O primeiro é mostrar quem são os responsáveis pelo nosso atraso político e econômico há décadas, quem utiliza o poder das prefeituras para a barganha, se submetendo a projetos muitas vezes divergentes em pouco espaço de tempo. O segundo é mostrar ao povo do Rio Grande do Norte que nós devemos seguir os passos da política nacional no sentido do desenvolvimento e da redução da pobreza. O Estado não pode mais servir a interesses obscuros e personalistas.
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Embora a candidata do DEM lidere as pesquisas eleitorais no segmento juvenil, é preciso destacar que há uma grande margem de pessoas que não se decidiram pelo voto. Importante também considerar que será decisiva a participação das organizações progressistas de juventude. Nas escolas, universidades e nos mais variados espaços, precisamos diferenciar o que está por vir nos próximos quatro anos. A experiência que tivemos com Lula e Fernando Henrique é pedagógica no sentido de que o voto pode alterar significativamente a nossa vida.
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Não há como descolar a questão nacional da estadual. Por mais que Agripino, recentemente, venha suavizando sua relação com o governo federal, foram dele os discursos mais enfáticos contra o mandato do presidente Lula. Não podemos esquecer sua gestão como governador e sua relação com os militares, que inauguraram sua trajetória política indicando-o prefeito biônico de Natal.
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A demagogia do palanque mais conservador do Rio Grande do Norte é impressionante. Micarla, que em 2008 só falava da enorme disputa que teria enfrentando os poderosos do Estado, estava ontem no mesmo palanque com os três senadores potiguares, além de uma ampla parcela de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais.

Teremos em 2010 uma oportunidade que poucas vezes nós tivemos na história. Podemos retroceder décadas elegendo um projeto de grupos políticos regionais ou podemos eleger uma gestão administrativa ousada, que já demonstrou grande habilidade na gestão da capital. A vitória de Carlos Eduardo será a possibilidade de moralizar a máquina pública, projetá-la para o crescimento robusto e por períodos maiores, garantindo ao conjunto das forças sociais a participação sobre as decisões políticas no RN.

Nós já escolhemos nosso lado, mas isso não é suficiente. Cada escola e universidade do Estado vai conhecer o tamanho da força de uma juventude que já derrubou um presidente da República. Elegeremos mais do que um governador, elegeremos um projeto que há tempos nós defendemos para o Rio Grande do Norte.

* Servidor público e Diretor de Organização e Finanças da UJS/RN

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