terça-feira, 29 de junho de 2010

PROJETO UFERSA VAI BENEFICIAR PESCADORES DE AREIA BRANCA


A Universidade Federal Rural do Semi-Árido conseguiu aprovação junto ao Ministério da Pesca e Aqüicultura de projeto voltado para o Centro Integrado de Pesca Artesanato – CIPAR, no município de Areia Branca. O projeto, apresentado pelo Departamento de Ciências Animais por meio do Curso de Engenharia de Pesca, visa a sustentabilidade do Centro de Pesca através de processo de incubação. O projeto conta com a parceira da Incubadora do Agronegócio de Mossoró – IAGRAM e da Fundação Guimarães Duque. O coordenador do projeto é o professor da UFERSA, Ivanilson de Souza Maia.

Segundo o professor Ivanilson Maia embora a pesca e aquicultura tenha crescido nos últimos anos, a qualidade do pescado ainda é deficitária e o beneficiamento de pescado é um dos principais gargalos da cadeia produtiva pesqueira e aquícola. O professor argumenta ainda que o aproveitamento integral do pescado prevê, não somente estabelecer padrões aos atributos de qualidade, como também agregar valor através do desenvolvimento de novos produtos e ao uso racional dos descartes gerados durante o processamento.

“Com o objetivo de diminuir custos e agregar valor aos descartes oriundos do processamento do pescado, as beneficiadoras estão buscando maneiras de aproveitamento desses resíduos, como fazem as indústrias de carne bovina e de Frango”, afirma o professor Ivanilson Maia.

PROJETO

O projeto visa à qualificação continuada dos pescadores que integram o Centro Integrado de Pesca Artesanato para a adoção de estratégias de gestão e comercialização dos produtos, promovendo a integração com as políticas públicas e a interação de conhecimentos e práticas, valorizando a cultura local, articulando com demais espaços públicos relacionados com a economia solidária e as ações de desenvolvimento local, com foco na sustentabilidade do CIPAR e na autonomia do grupo incubado, contribuindo com a melhoria da renda, da segurança alimentar, da geração e manutenção do trabalho dentro dos princípios da economia solidária.

O Centro Integrado de Pesca Artesanal constitui de unidades produtivas integradas e articuladas regionalmente, voltadas ao trabalhador da pesca, com espaços físicos capazes de criar e oferecer condições aos pescadores e pescadoras artesanais para a organização social e desenvolvimento do trabalho e da cadeia produtiva e o envolvimento do processo de formação continuado e profissionalizante, além da inclusão digital.

Nas áreas de CIPAR deverão ser desenvolvidos projetos e ações de apoio à autogestão de empreendimentos e mecanismos de apoio ao ordenamento pesqueiro local e à gestão compartilhada dos recursos pesqueiros.

SUSTENTABILIDADE

O CIPAR buscará promover o desenvolvimento sustentável das comunidades pesqueiras através da convergência das políticas públicas para pesca artesanal, conjugando investimentos em infraestrutura de produção (fábricas de gelo, câmara fria, unidades de beneficiamento, unidade de óleo diesel, caminhão frigorífico, telecentro, etc.) com ações de formação e capacitação dos pescadores artesanais e inclusão digital.

O processo de implementação do CIPAR irá envolver a comunidade pesqueira desde o início e permitir sua participação na construção do projeto, definindo as principais carências de investimentos e as estratégias de inserção na cadeia produtiva. Os temas principais do diagnóstico estão relacionados com a caracterização da atividade pesqueira, da cadeia produtiva e do grau de organização social das entidades representativas da pesca artesanal.



RENDA

Ainda pelo projeto que foi aprovado pelo Ministério da Pesca o processo de incubação de empreendimento econômico solidário em Areia Branca visa contribuir para organização social dos pescadores da comunidade a fim de fomentar a fundação e a consolidação de uma organização coletiva que respeite os princípios da solidariedade e através da cooperação contribua para melhoria de renda dos pescadores e pescadoras familiares, a eliminação do atravessador no processo de comercialização, além da agregação de valor ao produto, a partir da utilização coletiva do beneficiamento da matéria-prima (pescado).

“O processo formativo tem como foco nas boas práticas pesqueiras, bem como o beneficiamento do pescado com o aproveitamento integral do pescado”, explica o professor Ivanilson Maia. Outro fator destacado pelo professor diz respeito às práticas que visam à diminuição de custos e a agregação de valor aos descartas do processamento, como por exemplo, pele, carcaça, cabeça, vísceras, entre outros. “Além de garantir o manejo adequado de captura e abate e determinar padrões de qualidade do pescado, é preciso desenvolver tecnologias que melhorem o rendimento da carne e o aproveitamento dos resíduos gerados no beneficiamento do pescado”, destaca o coordenador do projeto.

O projeto terá duração de 18 meses e vai beneficiar pescadores com atuação na área que compreende o município de Tibau, distante 18 km mais a travessia da foz do Rio Apodi-Mossoró de Areia Branca até o município de Porto do Mangue, além do município de Grossos que está separado de Areia Branca pela margem esquerda do Rio Apodi-Mossoró.

PESQUISA

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido realiza atualmente três projetos de pesquisa naquela área do litoral norteriograndense. Um voltado para o monitoramento de populações, ecologia humana e processamento e boas práticas e aproveitamento de descarte – conchas - (Anomalocardia brasiliana), no município de Grossos; um segundo relacionado com a substituição da pescaria de lagosta por Atum, em Areia Branca, e o terceiro sobre comunidades de peixes de São Cristóvão em similaridade com outras praias arenosas; arrasto de camarão e população de caranguejo em Porto do Mangue.

Fonte: Passos Junior - Assessoria de Comunicação da UFERSA

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