domingo, 29 de setembro de 2013

Por Bruno Barreto

 NOVA UERN


A Uern já vive os tempos da expansão com a criação de campi e núcleos. Nesse tempo também tinha a criação de cursos a torto e a direito sem o menor planejamento. Já viveu a época de forte influência interna da política partidária e do acirramento dos ânimos.
 
A meu ver, tudo isso já foi superado. A Uern vive hoje o momento da expansão vertical e não me refiro à construção de arranha-céus. O crescimento em questão diz respeito a implantação de cursos de mestrado que mais dia menos dia ganharão a companhia de cursos de doutorado. A Universidade também vive a fase de transição para ter um corpo docente formado por uma maioria de doutores.
Tudo isso ocorreu em 45 anos.
 
O problema é que a Uern se tornou grande demais para ser carregada pelo nosso sofrido elefante. Falou-se em federalização. Hoje, na condição de servidor concursado da Universidade, a conheço melhor e compreendo os argumentos de quem é contra a federalização. Não é uma tarefa simples, ainda mais numa cidade de interior que já tem uma outra universidade federal. Seria o caso unificar Ufersa e Uern? Essa é uma outra discussão.
 
O caminho mais viável, por ser uma solução de curto prazo, para a Uern nesse momento é o do uso de recursos federais. A UFRN e a Ufersa crescem por conta do Reuni. As universidades particulares contam com a ajuda do Fies e do Prouni. Já as estaduais não têm ajuda nenhuma. E olhe que a maioria delas, a exemplo da Uern, tem um grande trabalho de expansão no interior evitando que os jovens saiam de casa para ter acesso ao ensino superior.
 
É nessa realidade que a Uern tem que focar na nova fase, que se inicia na prática na terça-feira. A Universidade não pode esperar pelo Governo do Estado. E não é porque Rosalba Ciarlini pegou a fama de não dar atenção à Uern, mas porque os cortes orçamentários são tradicionais.
 
A saída é a criatividade. Nesse caso o conceito de criatividade tem que rimar com bons projetos. É bater à porta do Ministério da Educação com boas ideias, estar de olhos nos editais da Capes, CNPq e outros órgãos fomentadores de recursos.
 
O reitor Pedro Fernandes acerta quando parte para aproximação com a classe política. Se antes a influência política na Uern era de fora para dentro, agora tem que ser o inverso. A Universidade tem que estar próxima da bancada federal, ouvindo a todos os seus integrantes para que eles colaborem com emendas. Se a Universidade não buscar esse apoio para as demandas os políticos não vão adivinhar.
 
Outra questão importante sobre esse aspecto: ao apresentar demandas, evita-se que os políticos apresentem soluções que eles acham que renderão votos e que, na opinião deles, são importantes para a Uern. Muitas dessas iniciativas na verdade não estavam de acordo com as necessidades da comunidade acadêmica. O entrosamento evitará que esses fatos se repitam.
 
Enfim, a Uern ultrapassou muitas etapas importantes e o melhor caminho para continuar crescendo e superar as dificuldades é a atração de recursos federais. Federalização, unificação com Ufersa, autonomia financeira e todos os outros temas que vez por outra surgem na mídia devem ser debatidos, mas atração dessas verbas extras é a necessidade de curto prazo para evitar que a Universidade pare.

 É assim que penso.

Fonte: O Mossoroense


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