NOVA UERN
A Uern já vive os tempos da expansão com a criação de campi e núcleos.
Nesse tempo também tinha a criação de cursos a torto e a direito sem o
menor planejamento. Já viveu a época de forte influência interna da
política partidária e do acirramento dos ânimos.
A meu ver, tudo isso
já foi superado. A Uern vive hoje o momento da expansão vertical e não
me refiro à construção de arranha-céus. O crescimento em questão diz
respeito a implantação de cursos de mestrado que mais dia menos dia
ganharão a companhia de cursos de doutorado. A Universidade também vive a
fase de transição para ter um corpo docente formado por uma maioria de
doutores.
Tudo isso ocorreu em 45 anos.
Tudo isso ocorreu em 45 anos.
O problema é que a Uern se
tornou grande demais para ser carregada pelo nosso sofrido elefante.
Falou-se em federalização. Hoje, na condição de servidor concursado da
Universidade, a conheço melhor e compreendo os argumentos de quem é
contra a federalização. Não é uma tarefa simples, ainda mais numa cidade
de interior que já tem uma outra universidade federal. Seria o caso
unificar Ufersa e Uern? Essa é uma outra discussão.
O caminho mais
viável, por ser uma solução de curto prazo, para a Uern nesse momento é o
do uso de recursos federais. A UFRN e a Ufersa crescem por conta do
Reuni. As universidades particulares contam com a ajuda do Fies e do
Prouni. Já as estaduais não têm ajuda nenhuma. E olhe que a maioria
delas, a exemplo da Uern, tem um grande trabalho de expansão no interior
evitando que os jovens saiam de casa para ter acesso ao ensino
superior.
É nessa realidade que a Uern tem que focar na nova fase,
que se inicia na prática na terça-feira. A Universidade não pode esperar
pelo Governo do Estado. E não é porque Rosalba Ciarlini pegou a fama de
não dar atenção à Uern, mas porque os cortes orçamentários são
tradicionais.
A saída é a criatividade. Nesse caso o conceito de
criatividade tem que rimar com bons projetos. É bater à porta do
Ministério da Educação com boas ideias, estar de olhos nos editais da
Capes, CNPq e outros órgãos fomentadores de recursos.
O reitor Pedro
Fernandes acerta quando parte para aproximação com a classe política. Se
antes a influência política na Uern era de fora para dentro, agora tem
que ser o inverso. A Universidade tem que estar próxima da bancada
federal, ouvindo a todos os seus integrantes para que eles colaborem com
emendas. Se a Universidade não buscar esse apoio para as demandas os
políticos não vão adivinhar.
Outra questão importante sobre esse
aspecto: ao apresentar demandas, evita-se que os políticos apresentem
soluções que eles acham que renderão votos e que, na opinião deles, são
importantes para a Uern. Muitas dessas iniciativas na verdade não
estavam de acordo com as necessidades da comunidade acadêmica. O
entrosamento evitará que esses fatos se repitam.
Enfim, a Uern
ultrapassou muitas etapas importantes e o melhor caminho para continuar
crescendo e superar as dificuldades é a atração de recursos federais.
Federalização, unificação com Ufersa, autonomia financeira e todos os
outros temas que vez por outra surgem na mídia devem ser debatidos, mas
atração dessas verbas extras é a necessidade de curto prazo para evitar
que a Universidade pare.
É assim que penso.
Fonte: O Mossoroense
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