BANCO MUNDIAL PREVÊ
CRESCIMENTO DE 0,5% PARA O BRASIL
WASHINGTON - O Banco
Mundial espera que o Brasil cresça apenas 0,5% neste ano, índice que só
será superado, no futuro, se o país adotar uma série de agendas.
“O pais está no meio de um debate fundamental sobre como reconstruir o
crescimento e isso passa por grandes agendas”, afirmou Augusto de la
Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o
Caribe.
A primeira agenda seria a de verificar o tipo de política econômica
que pode entusiasmar investimentos. Segundo Torre, boa parte do
crescimento do Brasil, nos últimos anos, foi feita com base no consumo.
“Isso não foi mal, só que a economia cresce no longo prazo não apenas
com o consumo, mas com estabilidade”, apontou.
Torre disse que é preciso identificar um caminho pelo qual a economia brasileira cresça não somente com o consumo, mas com investimentos. “O Brasil precisa ver onde estão os gargalos do crescimento”, continuou o economista-chefe do Banco Mundial, citando a necessidade de modernizar o transporte e de desenvolver os serviços públicos. “O vigor e a complementariedade do investimento público passa pelo sistema educativo e sobre como ele se conecta com o mercado. Passa pela agenda de inovação, pela agenda de se integrar de maneira mais produtiva às grandes cadeias globais de valor. Essa é uma agenda supercomplicada”, disse Torre. “Esse é um desafio que temos para toda a região.”
A previsão de baixo crescimento do Brasil foi feita durante a
apresentação do estudo “Desigualdade em uma América Latina com menor
crescimento”, nessa terça-feira, em Washington. De acordo com o estudo, o
crescimento do país está abaixo da média da região, que é de 2,7% para
2014, e se encontra atrás de 27 nações da região. O Brasil só supera
Barbados, Argentina e Venezuela. As duas últimas estão com previsão de
contração de 1,5% e 2,9%, respectivamente.
Segundo o Banco Mundial, com esse nível baixo de crescimento, países
como o Brasil, a Argentina e a Venezuela podem ter dificuldades para
manter a tendência de redução da desigualdade registrada na última
década, quando houve a redução pela metade dos níveis de pobreza
extrema, alcançando 12% em 2012, e a duplicação da classe média para 34%
da população latino-americana no mesmo ano.
Fonte: Valor Econômicos
Por Juliano Basile e Ana Luiza Farias
Por Juliano Basile e Ana Luiza Farias
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